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Quinta-feira, 10 de Outubro de 2024

O que muda para o Palmeiras após acordo com a WTorre encerrar briga jurídica pelo Allianz Parque

Setor popular, contas turbinadas e relação pacificada: ge explica como o acerto entre os parceiros na gestão da arena vai impactar o clube daqui para frente

O encerramento da longa briga jurídica entre Palmeiras e WTorre pela gestão do Allianz Parque é uma boa notícia ao clube e que promete ter efeitos práticos no dia a dia da instituição. Na quarta, os parceiros anunciaram um acordo de R$ 117 milhões.

Mais do que receber à vista R$ 50,1 milhões pelas dívidas pendentes e ainda ter a cessão de diferentes propriedades do Allianz Parque, o Palmeiras elimina uma disputa que gerava desgastes.

Com isso, o Verdão passar a ter um diálogo ainda mais próximo com a construtora e a possibilidade de implementar mudanças esperadas no Allianz Parque.

Abaixo, o ge lista pontos que devem melhorar para o clube após a vitória nos bastidores para os parceiros, que completam neste próximo mês 10 anos de uma relação que vai durar até novembro de 2044.

Melhora no diálogo e decisões

Palmeiras e WTorre sempre tiveram a relação estremecida desde a abertura da arena, em 2014, por diversas divergências, seja por dinheiro, interpretação do contrato, datas de shows e números de cadeiras no Allianz Parque.

Com a consolidação da boa relação entre as partes, a tendência é que o Verdão tenha mais poder de decisão na definição da agenda de jogos no Allianz Parque. Neste ano, os parceiros já afinaram o discurso neste sentido.

No duelo contra o Flamengo, pela Copa do Brasil, por exemplo, a estrutura da banda "Forfun" iria impedir de abrir o setor Gol Norte.

O Palmeiras, então, solicitou à WTorre que conseguisse uma forma de viabilizar a abertura do local. A estrutura do palco foi montada pela metade, possibilitando ter imagem parcial do campo. O Verdão teve casa cheia no duelo.

Desde que a arena foi inaugurada, o clube foi comandado por Paulo Nobre, Maurício Galiotte e Leila Pereira. Nos três governos, a relação foi de mais baixos do que altos com o parceiro, chegando a um dos piores momentos ano passado.

O acordo terminou celebrado por Leila e Silvia Torre, co-fundadora da WTorre, mas outros dois nomes tiveram papel importante na reaproximação desde o início de 2024: Cristiano Koehler, CEO do Palmeiras, e Marcelo Frazão, diretor de marketing da WTorre.

A partir do contato mais próximo entre os dois dirigentes, a construtora voltou a fazer repasses mensais das receitas a que o Verdão tem direito e foi retomada a busca por um acordo.

Setor popular

Uma das novidades com o acordo é a liberação de um setor de cerca de 1 mil lugares no Gol Norte, até hoje desocupado. Ainda não está definido o que será feito no local, mas esta é a possibilidade, enfim, da inauguração de um setor popular.

Durante o acordo entre Palmeiras e Real Arenas, braço da WTorre e responsável pela gestão do Allianz Parque, havia um projeto para a implementação dessa área mais barata no setor Gol Norte, onde ficam as torcidas organizadas.

Com as inúmeras disputas entre as partes, o projeto nunca foi de fato consumado. O setor popular seria para 723 pessoas, com ingressos vendidos a R$ 40 (R$ 20 a meia-entrada), o mínimo estipulado pelo regulamento do Brasileirão.

A região chegou a passar por adaptação, a torcida ficaria em pé, e aguardava a liberação da Polícia Militar.

Mas a partir do momento que não houve um acerto quanto ao valor cobrado na Justiça Comum pelo Palmeiras, o acordo foi suspenso, a arbitragem retomada e o diálogo entre os parceiros diminuiu. O fim da briga jurídica, portanto, pode fazer o tema ser retomado.

Discussão sobre locais das cativas

Ao longo das disputas judiciais entre parceiros, havia divergências quanto aos assentos que seriam disponibilizados para diferentes projetos, como o Avanti (programa de sócio-torcedor do Palmeiras), Passaporte (venda de cadeiras da WTorre) e as cativas da arena.

Por uma decisão judicial, a construtora poderia mudar a localização das cativas das regiões centrais do estádio para setores atrás do gol. Com o acordo, estes tópicos estão superados.

Desde a inauguração do estádio, a receita de ingressos em jogos é toda do Palmeiras, mas havia a discussão sobre a divisão para comercializar as cadeiras.

A primeira disputa na arbitragem foi referente a isso e deu razão ao clube, de que a WTorre poderia comercializar apenas 10 mil cadeiras do Allianz Parque. A construtora na época entendia ter direito a vender todos os mais de 41 mil lugares da arena.

Garantia de receita mensal

O Palmeiras agora pode ter tranquilidade de que irá receber de maneira frequente as receitas pela locação da arena para eventos, exploração de áreas como lojas, lanchonetes e estacionamento.

A partir de novembro, quando a parceria entrará no 11º ano, a WTorre tem que repassar ao clube 35% de tudo que faturar com essas propriedades. Desde o início de 2024, a construtora voltou a fazer os depósitos após nove anos de inadimplência.

O Palmeiras também tem direito a 15% das receitas pela locação de cadeiras, camarotes, além do naming rights com a Allianz Seguros.

A cada cinco anos de acordo, a porcentagem dos dois acordos sobe 5%.

Com o acordo, encerra-se o processo na Justiça Comum em que o Verdão chegou a cobrar R$ 160 milhões contra a parceira. Os R$ 50,1 milhões foram pagos à vista como parte da finalização deste embate.

G1