Notícias da Região | Hostilzado por vereador paraguaio

Segunda-feira, 24 de Novembro de 2025

Nota de Repúdio: Comunicador de Santa Helena hostilizado em Câmara Paraguaia

Um incidente de hostilidade e falta de respeito contra a imprensa marcou uma sessão da Junta Municipal (Câmara de Vereadores) de Mbaracayú (Maracajú), no Paraguai. O fato envolveu o comunicador brasileiro Elder Boff, do jornal Fonte Extra e parceiro/apresentador do Correio do Lago de Santa Helena, Paraná, que estava no local acompanhando uma sessão, convidado pelo amigo e parceiro de programas de rádio, Marcio Spier.

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A denúncia do ocorrido foi amplamente divulgada pelo veículo San Alberto News Digital e se espalhou nas redes sociais naquele país.

Segundo o relato veiculado, Elder Boff foi confrontado por um vereador após uma sessão legislativa que votou o orçamento do município para 2026.

Boff não emitiu qualquer comentário ou declaração sobre o projeto, antes, durante e após a sessão.

O vereador o teria abordado de maneira agressiva, sugerindo que o jornalista deveria "ir criar inconvenientes em seu país e não vir aqui", testemunhado por um casal que acompanhou a manifestação do edil.

O site paraguaio classificou a atitude como "peculiar e incômoda", sublinhando que o profissional estava no pleno exercício de sua função, prevista em lei, de acompanhar e reportar as atividades das instituições públicas.
 

Hipocrisia e desrespeito de um estrangeiro
 

O relato do San Alberto News, baseado inclusive numa declaração levada ao ar, de outro vereador, Wilberto Blanco, destacou a contradição na conduta do vereador Markus Laederach:

O agressor que criticou a presença do ”periodista” brasileiro, é ele próprio um estrangeiro no Paraguai, originário da Suíça.

O vereador Blanco lamentou a postura, lembrando que o vereador “suiço” foi acolhido pela comunidade (inclusive com família de nacionalidade brasileira), mas falhou em demonstrar o respeito recíproco ao hostilizar o profissional de imprensa.

O episódio foi um contraste com a tradição de solidariedade e humildade do Paraguai em receber estrangeiros, sendo um fato lamentável em um distrito pequeno como Mbaracayú, disse Wilberto.

O incidente, exposto pelo San Alberto News Digital, levanta um sério alerta sobre a necessidade de garantir a liberdade de imprensa e o tratamento digno a jornalistas, especialmente em regiões de fronteira onde a integração e o respeito mútuo são cruciais para a convivência.

A hostilidade a um profissional que busca a transparência dos atos públicos é um ataque direto ao dever de informar.

 

Que diz Elder?

 

O comunicador Elder Boff, perguntado sobre o ocorrido, disse que, em quase 40 anos que atravessa o lago como integrante da mídia brasileira, foi a primeira vez que foi atacado, mesmo que, verbalmente.

“Como vereador fui a Assunção há mais de 35 anos para buscar a legalização do porto de Santa Helena, que hoje ajuda tanto o Paraguai. Como repórter, sempre divulguei as coisas boas da nossa região, principalmente aquelas ligadas ao agro. Fiz propaganda e matérias no Correio do Lago, Fonte Extra e nas mídias sociais, de graça para a Festa do Colono, cuja associação é presidida pelo próprio vereador em questão, coisa que eu nem sabia. Inclusive viabilizamos no ano passado, a ida do então prefeito de Santa Helena no evento”, disse Elder.

“Estava do lado de fora da câmara (junta) quando se aproximou o referido vereador falando algumas coisas, que no começo não havia entendido, inclusive pensei que era alguma brincadeira. Depois ficou mais sério. Ele continuou falando algo sobre ambulâncias, gastos de combustível, sobre Lula e que eu não devia me meter nos assuntos do Paraguai e cuidar do Brasil”, comentou.

“Acredito que ele estava num dia meio ruim e se fixou em alguém para colocar pra fora a sua ira. Quando estava para começar a sessão, fui lá, cumprimentei ele, pedi seu nome, como a outros integrantes daquela casa. Não vi motivo para o que aconteceu, mas levei de boa, porque a gente não sabe, de repente, os problemas que o vereador esteja passando”, disse Elder que fez questão de lembrar que não quer passar por vítima e nem se vitimizar.

“Se conseguir, na próxima viagem ao Paraguai, gostaria de falar com o Markus Laederach, pois da minha parte está tudo bem”, concluiu o comunicador.

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