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Sexta-feira, 05 de Setembro de 2025
Morre Giorgio Armani, ícone da moda mundial, aos 91 anos
“Sr. Armani, como sempre foi chamado com respeito e admiração pelos funcionários e colaboradores, faleceu pacificamente, cercado pelos seus entes queridos. Incansável, trabalhou até os últimos...
O estilista italiano Giorgio Armani morreu nesta quinta-feira (4), aos 91 anos, conforme comunicado oficial divulgado pela empresa. Fundador da marca que leva seu nome, em 1975, Armani construiu um império que transformou a moda e o consagrou como um dos homens mais influentes e ricos do setor.
“Sr. Armani, como sempre foi chamado com respeito e admiração pelos funcionários e colaboradores, faleceu pacificamente, cercado pelos seus entes queridos. Incansável, trabalhou até os últimos dias, dedicando-se à empresa, às coleções, aos diferentes e sempre novos projetos”, informou a grife.
Nos últimos meses, o estilista enfrentava problemas de saúde e, pela primeira vez, havia se ausentado de um desfile em junho deste ano.
Trajetória
Nascido em 11 de julho de 1934, na província de Placência, norte da Itália, Armani iniciou sua vida acadêmica em medicina na Universidade de Milão e chegou a servir ao exército italiano, em 1957. Mais tarde, trabalhou como vendedor em uma loja de departamentos, até se dedicar de vez ao universo da moda.
Na década de 1960, foi designer da marca Nino Cerutti, onde permaneceu por quase dez anos, e também passou pela grife Emanuel Ungaro. Contudo, foi nos anos 1970 que decidiu seguir carreira de forma independente. Ao lado do amigo Sergio Galeotti, fundou a Armani em 1975, apostando em criações minimalistas, elegantes e inovadoras.
Armani ganhou destaque mundial com a alfaiataria de traços andróginos, que rompia com estereótipos de gênero. Suas peças sofisticadas e atemporais conquistaram espaço em tapetes vermelhos e eventos de gala, tornando a marca referência no mercado de luxo.
Expansão global
Nos anos 1980, o estilista levou sua marca aos Estados Unidos e, depois, à Ásia, consolidando sua presença internacional. Criou divisões como a Emporio Armani e a Armani Exchange, além de perfumes, acessórios e, em 2005, a Armani Privé, dedicada à alta-costura.
Armani também expandiu seus negócios para o setor de decoração e hotelaria, com o Armani Home e uma rede internacional de hotéis, imóveis e restaurantes. O Armani Teatro, o clube noturno Armani Privé Club e o museu Armani Silos também integram o império que construiu.
Filosofia e legado
Crítico do fast fashion, Armani defendia a moda de luxo tradicional, voltada para a qualidade e a durabilidade. “A chave, para mim, é fazer roupas à prova de envelhecimento, criadas para serem mais elegantes do que responder ao apelo de moda, relevantes por anos em vez de meses. As pessoas deveriam investir em algo que tem valor e durabilidade”, afirmou em entrevista à revista Harper’s Bazaar, no ano 2000.
Sua marca vestiu celebridades como Michelle Pfeiffer, Beyoncé, Lady Gaga, Cristiano Ronaldo, Megan Fox, Cate Blanchett, Nicole Kidman, Rihanna e muitos outros, consolidando uma relação duradoura com o universo da cultura pop e das artes.
O futuro da grife
A Armani segue como uma das poucas casas de moda de luxo independentes, fora dos conglomerados como LVMH e Kering. Até seus últimos dias, o estilista comandou pessoalmente o negócio.
Ainda não foi confirmado quem assumirá a liderança da grife, mas especula-se que Leo Dell’Orco, braço-direito de Armani e responsável pela linha masculina, seja o sucessor natural. O próprio estilista já havia indicado, anos atrás, sua confiança no colaborador.
Com sua morte, a moda perde um de seus maiores nomes, mas o legado de Giorgio Armani permanece vivo em cada peça, projeto e inspiração que deixou ao longo de mais de meio século de carreira.
CGN com informações do Metrópoles








