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Quarta-feira, 18 de Junho de 2025

Monitoramento da Itaipu revela boa qualidade ambiental do reservatório e destaca migração de peixes

Estudos realizados pela Itaipu Binacional têm confirmado a boa qualidade ambiental do reservatório da usina, graças à presença de mais de 100 mil hectares de Mata Atlântica protegida. A região constitui um habitat essencial para a reprodução e migração de diversas espécies de peixes do Rio Paraná, como apontam os dados recentes do programa de monitoramento da ictiofauna da empresa.

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Desde 2009, Itaipu utiliza a tecnologia de telemetria PIT (Passive Integrated Transponder), que consiste na inserção de microchips sob a pele dos peixes. Esses dispositivos não têm bateria e são ativados por antenas ao longo do rio, possibilitando o rastreamento dos animais por tempo indeterminado. Até o momento, 12.378 peixes de 42 espécies já foram marcados.

As antenas instaladas ao longo do Canal da Piracema, estrutura construída pela usina para viabilizar a migração dos peixes, registram o deslocamento dos indivíduos, permitindo uma análise detalhada do comportamento das espécies. Em Porto Primavera, a 450 km da barragem, o mesmo sistema também está em funcionamento.

Um caso que chamou a atenção dos biólogos foi o de três piaparas, marcadas em novembro de 2022, que migraram rio acima e cruzaram a escada de peixes de Porto Primavera em datas diferentes: novembro de 2023, setembro e dezembro de 2024. O fato reforça a importância do Canal da Piracema como corredor biológico funcional e evidencia que os peixes conseguem percorrer longas distâncias e completar seus ciclos de vida.

“Esses dados comprovam a eficácia do Canal da Piracema como interconector ecológico e demonstram que as espécies estão conseguindo cumprir seus ciclos reprodutivos”, explicou a bióloga Caroline Henn, da Divisão de Reservatório da Itaipu. Ela também destacou as diferenças no comportamento migratório: enquanto as piaparas preferem o leito principal do rio, os pacus tendem a migrar por afluentes como o Piquiri, Ivaí e Ocoy.

Outro episódio recente envolveu um pacu de quase 9 kg, capturado em maio deste ano por um pescador paraguaio em Puerto Torocuá, 150 km abaixo da usina. O peixe havia sido marcado em 2019 em Itaipulândia, mas não foi detectado por nenhuma das antenas do canal, o que indica que possivelmente atravessou a barragem pelas turbinas da usina.

“Como o comportamento dos peixes de água doce ainda é pouco conhecido, muitas das pesquisas desenvolvidas por Itaipu são pioneiras e essenciais para ampliar a compreensão sobre o ecossistema do reservatório e seu entorno”, conclui Caroline.

Os resultados do monitoramento reafirmam o compromisso ambiental da Itaipu e sua contribuição para a conservação da biodiversidade na região da Bacia do Paraná.

Correio do Lago com informações de Itaipu Binacional

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