É difícil explicar a paixão que as crianças e adolescentes têm pelos seus ídolos. Mais difícil ainda é não se render à felicidade deles quando são notados pela pessoa que mais admiram. Foi essa a experiência que o estudante Cauã Araújo, de 14 anos, viveu nesta semana ao receber um presente de Neymar, jogador de futebol preferido dele desde a infância.

Morador de Uberaba, Cauã viralizou nas redes sociais nas últimas semanas com um vídeo em que se emociona ao ganhar do pai um par de chuteiras iguais às do atacante do Al-Hilal. As imagens chegaram ao jogador, e a equipe dele entrou em contato com a família de Cauã para presenteá-lo com um kit com camisetas, tênis, boné, chinelos e outros itens.

O vídeo que possibilitou a aproximação entre Cauã e Neymar foi gravado em 9 de dezembro de 2022, mesmo dia em que a Seleção Brasileira perdeu nos pênaltis para a Croácia na Copa do Mundo. Pai do estudante, o marceneiro Júnior Araújo contou ao ge que fez uma surpresa para o filho e decidiu gravar de forma despretensiosa, apenas para captar a reação de Cauã.

— Eu já tinha comentado com ele que ia comprar uma chuteira mais barata, de outra marca, porque não estava achando a que ele queria, e ele tinha concordado. Mas eu achei de última hora, e ela chegou na transportadora bem no dia da eliminação do Brasil.

Ao abrir a caixa e ver a chuteira que tanto queria, Cauã começa a chorar e se joga nos braços do pai. Na época, o vídeo não alcançou muitas pessoas na internet. Porém, neste ano, as imagens voltaram a circular nas redes sociais e, em uma publicação, já tem quase 200 mil visualizações.

Apesar do presente, Cauã e a família não chegaram a conversar diretamente com Neymar. Um encontro que seria a realização de mais um sonho do menino.

— Eu queria ver ele pessoalmente e agradecer por tudo que está acontecendo na minha vida. Meu Instagram de um dia para o outro bateu 2 mil seguidores, eu só tinha 105.

"Eu gosto do Neymar porque ele tem um jeito único, a personalidade, o futebol. E também porque a maioria das pessoas gostam do Messi e do Cristiano Ronaldo. Daí eu vejo o Neymar como uma inspiração".

Encontrar Neymar também é um grande desejo de Júnior, principalmente, para poder agradecer pelo carinho que o atleta teve com o filho dele.

— Só tenho gratidão, de um pai para um pai. Ele sabe como é, ele tem filhos, ele sabe o quanto é importante o que ele fez para o meu filho. Quero desejar tudo de bom para ele nessa volta, que ele nos ajude muito.

"Galinha Pintadinha e Neymar"

Cauã nasceu em Uberaba com apenas seis meses de gestação, pesando 1,1 kg. Ele passou três meses na Unidade de Terapia Intensiva até ser liberado para deixar o hospital. Conforme o pai, não houve sequelas graves desse período. Anos depois, o menino foi diagnosticado com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH).

— O Cauã tem um coração enorme e se emociona com quase tudo. Ele é muito de contato, conhece todos os vizinhos aqui, pega na mão e abraça todos. Faz amizade muito fácil — conta Júnior.

A admiração de Cauã por Neymar começou justamente por influência do pai dele, que já era fã do atleta brasileiro quando o filho nasceu, em 2010. Na época, o "Menino Ney" dava os primeiros passos no Santos e chamava a atenção do Brasil e do mundo.

"Coincidiu de ele nascer justo quando o Neymar começou a ganhar tudo pelo Santos, e desde então, era Galinha Pintadinha e Neymar".

— Ele pegou amor pelo futebol e pelo Ney, ele não tirava a camisa do Barcelona por nada. Minha mãe tinha que lavar e passar para secar na mesma hora para ele colocar de novo. Já teve festa que ele foi com a camisa porque chorava pra tirar. Na escola, a professora auxiliar dele passava atividades com referências ao Neymar.

Cauã tem um carinho tão grande por Neymar que, de maneira impressionante, consegue identificar em qual jogo foi tirada determinada foto do atacante a partir de características como o uniforme e o penteado.

Hoje, Cauã guarda as camisas dos times pelos quais Neymar atuou, como PSG, Barcelona e a Seleção Brasileira. Agora, ele ganhou mais itens para aumentar a coleção, que, se depender do estudante, promete ficar ainda maior com o tempo.

G1