Brasil | Facções criminosas
Quinta-feira, 01 de Maio de 2025
Marcinho VP derruba trégua entre Comando Vermelho e PCC, diz fonte
As duas maiores facções do Brasil haviam feito pacto de não agressão
De dentro de um presídio de segurança máxima, o chefe do Comando Vermelho, Marcinho VP, mandou um sinal para a facção derrubar a trégua feita com o PCC. As facções do Rio de Janeiro e São Paulo haviam feito uma espécie de acordo de não agressão meses atrás.
A decisão vem em meio a uma onda de operações policiais contra as duas maiores facções do país e uma escalada nos confrontos entre o crime organizado e a polícia dos dois estados. A informação foi confirmada por uma fonte que acompanha o desenrolar das investigações contra os grupos criminosos no Ministério da Justiça.
Autoridades paulistas e fluminense apontam que o Comando Vermelho foi decisivo para dar abrigo ao olheiro do PCC, Kauê Coelho, que teria participado do assassinato do empresário e delator da facção, Antônio Vinícius Gritzbach, em plena luz do dia no aeroporto de Guarulhos.
PCC e Comando Vermelho atuam de maneiras distintas. A facção paulista tem domínio territorial do estado e funciona com uma série de células de comando chamadas de “Sintonias”. Cada grupo é responsável por uma área de atuação, como o tráfico transnacional, o setor financeiro e a defesa jurídica dos criminosos.
Já a facção fluminense tem atuação mais violenta, é fortemente armada e frequentemente monta barricadas com fogo, ferro e concreto para frear o avanço de blindados da Polícia Militar do estado. O Comando Vermelho vive em guerra com outros dois grupos organizados: o Terceiro Comando Puro (TCP), uma dissidência da fação, e os milicianos, que atuam especialmente na zona oeste da capital fluminense.
O fim da trégua pode ter desdobramentos em presídios e em outros estados brasileiros. Da mesma forma que o Comando Vermelho não se arrisca em atuar no estado de São Paulo, o PCC também não está infiltrado nas comunidades do Rio de Janeiro.
CNN