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Domingo, 03 de Março de 2024

Lesa Pátria e Tempus Veritatis: entenda como as 2 investigações tratam do 8 de janeiro

Desde 2023, a Polícia Federal tem ido às ruas para reunir provas contra suspeitos de participação nos ataques às sedes do Congresso, da Presidência da República e do Supremo Tribunal Federal (STF), ocorridos em 8 de janeiro daquele ano.

Foram 26 operações desde então, divididas entre duas frentes: 25 fases da Lesa Pátria e 1 fase da Tempus Veritati (Hora da Verdade). A primeira a ser deflagrada foi a Lesa Pátria, que teve como alvo participantes dos ataques, financiadores deles e agentes públicos que não agiram para evitá-lo.

Já a Tempus Veritatis, deflagrada no início de 2024, investiga os participantes de uma tentativa de golpe de Estado para manter Bolsonaro no poder. Seus alvos são o próprio ex-presidente, além de ex-ministros, ex-assessores e militares.

Segundo a PF, havia interlocução entre lideranças de manifestações antidemocráticas e integrantes do governo do ex-presidente, inclusive com a participação de militares, para respaldar ataques às instituições — e havia a intenção de que manifestações fossem direcionadas fisicamente contra o STF e o Congresso

Levantamento do g1 feito com base em dados da Polícia Federal mostra que nas 25 fases da Operação Lesa Pátria foram expedidos 396 mandados de busca e apreensão e 116 de prisão —número que inclui prisões preventivas e temporárias.

No entanto, os dados obtidos por meio de balanço divulgado pela própria PF e que cobre até a 23ª fase, quando somados os mandados das etapas 24 e 25, indicam ter havido 347 mandados de busca e apreensão e 100 de prisão.

O g1 pediu à Polícia Federal os dados atualizados das 25 fases da operação, mas não obteve resposta até a última atualização da reportagem.

Na Lesa Pátria, foram autorizadas as prisões de mais de uma centena de pessoas por suposta participação nos atentados de 8 de janeiro de 2023. Um dos primeiros detidos foi o homem filmado por destruir o relógio do século 17 no Palácio do Planalto.

Também estão entre os alvos Fátima Mendonça Jacinto Souza, que ficou conhecida como Fátima de Tubarão, suspeita de pichar a estátua da Justiça com a frase “Perdeu, mané”, além de produtores rurais e empresários suspeitos de financiar os ataques e o acampamento de onde os golpistas partiram – como Joveci Xavier de Andrade e Adauto Lúcio de Mesquita, sócios da rede Melhor Atacadista, presos na quinta-feira (29).

A PF fez, ainda, buscas contra o general da reserva do Exército Ridauto Fernandes, que estava no ato e é apontado como um dos idealizadores do 8 de janeiro. Ele é um dos "kids pretos", uma força especial do Exército do qual fazem parte outros investigados por envolvimento no ataque aos Três Poderes.

Via: G1