Brasil | Assassinato

Terça-feira, 17 de Setembro de 2024

Justiça decide se acusados pelo assassinato de Bruno e Dom irão a júri popular

Recursos dos réus são julgados pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região nesta terça-feira (17)

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF1), em Brasília, julga nesta terça-feira (17) os recursos de três acusados pelo assassinato do indigenista pernambucano Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, ocorrido em 2022, na Terra Indígena Vale do Javari, Amazonas.

A 4ª Turma do TRF1 vai analisar os recursos apresentados por Amarildo da Costa de Oliveira, Jefferson da Silva Lima e Oseney da Costa de Oliveira. Eles contestam a decisão de outubro de 2023, que determinou que os três devem ser levados a júri popular.

Os réus, que estão presos, respondem pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver.

Bruno e Dom foram assassinados em 5 de junho de 2022, após caírem em uma emboscada enquanto navegavam de barco pela região do Vale do Javari, a segunda maior terra indígena do Brasil, com mais de 8,5 milhões de hectares.

A última vez que foram vistos foi durante o trajeto entre a comunidade São Rafael e a cidade de Atalaia do Norte (AM), onde teriam uma reunião com lideranças indígenas e ribeirinhas. Os corpos foram encontrados dez dias depois, enterrados em uma área de mata fechada, a cerca de três quilômetros do Rio Itacoaí.

Dom Phillips, colaborador do jornal britânico The Guardian, cobria temas ambientais e de conflitos relacionados a terras indígenas, além de estar trabalhando no período em um livro sobre a Amazônia.

Já Bruno Pereira havia sido coordenador da área de Índios Isolados e Recém Contatados da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), mas se afastou do cargo para colaborar com a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). A atuação dele em defesa dos povos indígenas e do meio ambiente o tornou alvo de várias ameaças de morte.

CNN