Brasil | Golpes
Quinta-feira, 05 de Setembro de 2024
Juízes são vítimas de golpes no DF e suspeitos são alvos de operação
Polícia identificou ao menos 23 juízes recém-empossados enganados pela quadrilha
A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou uma operação, na manhã desta quinta-feira (5), contra uma quadrilha especializada em aplicar golpes envolvendo aluguel de imóveis de luxo na capital da República e que tem como principais vítimas juízes recém-empossados no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
A investigação conduzida pela delegacia responsável pela área central de Brasília (5ª DP) relata que foram identificados 23 magistrados enganados por golpistas com promessas de negócios imobiliários vantajosos, mas falsos.
As apurações começaram no mês passado, após diversas ocorrências serem registradas pelos juízes. Em agosto, muitos magistrados tomaram posse e se mudaram para Brasília.
Os principais alvos da chamada Operação Delusio são dois homens de 26 e 25 anos. Os investigados aplicavam os golpes se apresentando como corretores de imóveis e utilizavam um CNPJ válido para passar uma falsa impressão de legitimidade.
Segundo a polícia, o prejuízo é estimado em R$ 135 mil.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em dois locais no Distrito Federal: Gama e Lago Sul. Durante as diligências, foi solicitado o bloqueio de R$ 266 mil dos investigados para garantir o ressarcimento das vítimas.
O nome da operação “Delusio” faz referência à ilusão e ao engano promovidos pelos criminosos.
“Como está aumentando muito o número de golpes de falso aluguel, sugerimos que, antes de a pessoa fazer qualquer pagamento, que confirme as informações, se a imobiliária está realmente autorizada para fazer a locação do imóvel”, alerta o delegado do caso Welington Barros, à CNN.
Passo a passo do golpe
O primeiro golpista abordava as vítimas oferecendo imóveis de alto padrão em um condomínio de luxo às margens do Lago Paranoá de Brasília.
O suspeito oferecia contratos de locação com valores entre R$ 4.,7 mil e R$ 5,5 mil para estadas temporárias, solicitando documentos pessoais das vítimas para a elaboração dos contratos e recebendo os valores combinados antes da data de ocupação.
Uma vez que as primeiras vítimas firmaram o contrato, a polícia diz que o golpista aproveitou para expandir a fraude ao indicar seu serviço para outros juízes recém-empossados através de grupos de WhatsApp.
Ao chegar ao condomínio, as vítimas descobriram que os imóveis já estavam ocupados ou nunca estiveram disponíveis para locação.
Ao ser questionado, o golpista alegou ter sido ele próprio vítima de um estelionato, prometendo cancelar os contratos e reembolsar as quantias pagas, o que nunca ocorreu. Posteriormente, ele cortou todo o contato com as vítimas, e a investigação começou.
CNN