A contratação do ganês Benjamin Arhin para a base do Inter não ocorreu agora. O volante acertou a chegada ao clube gaúcho ainda no ano passado. À época, a direção iniciou o período de garimpo na África e deixou alinhavada a transação. O processo se repete em 2024 com o objetivo de encontrar novos talentos que possam brilhar no Brasil.

Em 2023, Ricardo Sobrinho, o Caco, gerente de mercado colorado, realizou uma incursão à Gana. Observou o garoto e definiu com o Dansoman Wise XI FC, clube detentor dos direitos, o empréstimo ao Colorado até 31 de janeiro de 2025. O acerto passaria a valer quando o jovem completasse 18 anos. Há opção de compra em caso de aprovação.

A incursão de Caco foi vista como produtiva e se repetiu em 2024. Luther Alves, gerente de captação da base, esteve na Nigéria para avaliar potenciais reforços. O Inter programou uma nova ida ao continente africano ainda neste ano. O clube fará nova viagem à Gana para avaliações.

A tendência de vasculhar promessas na África já é realizada na Europa. Países como Espanha, Inglaterra e França trabalham para contratar jogadores cada vez mais cedo e a peneiram o continente à procura de talentos.

Para que a tentativa tenha sucesso, o Inter se cerca de todos os cuidados. O clube oferece suporte a Benjamin, que estreou no sub-20 colorado na vitória por 5 a 0 sobre o São Paulo-RS pela Copa FGF, competição estadual profissional na qual o clube gaúcho utiliza os jovens.

Os colorados se comunicam em inglês com o ganês. Mesmo os companheiros que não têm a fluência na língua tentam interagir com o garoto para auxiliá-lo neste período de adaptação.

O volante mora há cerca de 15 dias no alojamento do Centro de Treinamentos Morada dos Quero-Queros, em Alvorada, e tem tido o rendimento aprovado nos trabalhos diários, conforme ouviu o ge da direção da base.

O projeto de apostar em africanos já ocorreu no Inter. Entre 2005 e 2007, o clube teve quatro nigerianos: os meias Oluwaseun Kolowale Anubi e Abubakar Bello-Osagie e os atacantes Victor Obinna Nsofor e Nicolas Ifeanyi Obediah.

Obinna foi quem alcançou maior maior sucesso. Além de defender a seleção do país, atuou por clubes como Chievo, Inter de Milão, Malaga, West Ham e Lokomotiv Moscou.

Abubakar, que tinha atuado no River Plate antes de vir ao Colorado, ainda passou pelo Vasco e Caxias. Obediah chegou a passar por um período de testes no São Caetano antes de voltar à Nigéria.

G1