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Quarta-feira, 19 de Novembro de 2025

De porta-aviões a John Lennon: os pontos-chave da atual fase da crise entre EUA e Venezuela

De porta-aviões a John Lennon: os pontos-chave da atual fase da crise entre EUA e Venezuela
Tensões entraram em nova fase após Trump sinalizar disposição para negociar com a Venezuela. Maduro reage tentando mostrar calma e arriscando frases em inglês.
Os presidentes Nicolás Maduro e Donald Trump passaram a sinalizar a possibilidade de diálogo, mesmo em meio à tensão crescente entre Estados Unidos e Venezuela. A mudança de tom ocorre logo após os norte-americanos enviarem ao Caribe o maior porta-aviões do mundo.

A movimentação começou pouco depois de os EUA dobrarem para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão ou condenação do presidente venezuelano, Nicolás Maduro.
Ele é acusado pelo governo americano de chefiar o Cartel de los Soles, grupo recentemente classificado como organização terrorista internacional.
Autoridades da Casa Branca disseram à imprensa americana acreditar que o objetivo final da operação seria retirar Maduro do poder.

 Os acenos para uma aproximação acontecem ao mesmo tempo em que Maduro tenta reforçar uma imagem de calma. O presidente venezuelano tem arriscado frases em inglês e chegou a cantar “Imagine”, de John Lennon, em aparições públicas.

Enquanto Maduro afirma que a movimentação militar no Caribe tem como objetivo derrubá-lo do poder e tomar as reservas de petróleo da Venezuela, os Estados Unidos garantem que a operação busca combater o tráfico de drogas.

A atual operação dos EUA no Caribe conta com o maior porta-aviões do mundo, o USS Gerald Ford, e inclui outros navios de guerra, caças e milhares de militares.
Os EUA já confirmaram o ataque contra mais de 20 lanchas que, segundo a Casa Branca, operavam rotas de tráfico vindas da Venezuela e da Colômbia.
Veja a seguir três pontos da atual crise entre os dois países.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, afirmou no domingo (16) que o governo americano planeja classificar o Cartel de los Soles como organização terrorista.

Na prática, a medida abriria caminho para ações militares contra Maduro, que é considerado pelos EUA como o líder do grupo.
No início deste mês, Trump chegou a afirmar que os dias de Maduro no poder estão contados.
Enquanto isso, Maduro alterna discursos sobre soberania com apelos pela paz, em inglês e espanhol. Em um comício no domingo, ele cantou “Imagine”, disse que a música de John Lenon é um “hino” e pediu “peace” (paz, em inglês).

No dia seguinte, o presidente venezuelano voltou a tocar “Imagine” e “Give Peace a Chance” em seu programa de TV. No mês passado, ele já havia pedido para que não houvesse “crazy war” na Venezuela — ou uma “guerra maluca”.

A tensão diminuiu nesta semana após Trump dizer que considera dialogar com Maduro, embora tenha reafirmado que não descarta uma operação militar na Venezuela.

“Em algum momento, vou falar com ele”, disse Trump na segunda-feira. No mesmo dia, Maduro respondeu que está pronto para um encontro “cara a cara” com o presidente americano.

G1