Internacionais | Dedos decepados
Sábado, 15 de Novembro de 2025
Criança brasileira tem dois dedos decepados em escola de Portugal, diz mãe:
O menino brasileiro José Lucas, de nove anos, teve dois dedos amputados por colegas em uma escola de Portugal na última segunda-feira (10), segundo a mãe dele. Nívia Estevam, de 27 anos, denunciou o caso nas redes sociais e falou ao g1.
O caso ocorreu na Escola Básica de Fonte Coberta, em Cinfães, no Distrito de Viseu — que fica a cerca de 130 km do Porto. Segundo a mãe, o menino já havia sofrido outras agressões na escola.
De acordo com Nívia, o filho tinha acabado de entrar no banheiro quando dois colegas o seguiram e fecharam a porta sobre seus dedos, pressionando-a até amputá-los. Ela conta que o menino tentou abrir a porta usando as mãos, mas não conseguiu, por conta da dor, precisando se arrastar para pedir ajuda.
“A primeira funcionária que o encontrou passou mal. A segunda disse ao meu filho: ‘Por que eu vim mais cedo para a escola?’”, afirmou Nívia. As funcionárias estancaram o sangue, colocaram gelo e telefonaram para a mãe.
O episódio ocorreu cerca de 1h30 depois da chegada do menino à escola. Nívia relata que a professora da turma, Sara Costa, telefonou dizendo apenas que José “estava brincando” com colegas e “amassou o dedo na porta, minimizando a gravidade do caso".
Ao fundo da ligação, porém, a mãe ouviu alguém pedir que chamassem uma ambulância. Ela correu até a escola — a menos de cinco minutos de casa — sem ser informada de que o filho havia tido dois dedos amputados.
Ao entrar, foi conduzida aos fundos do prédio. Encontrou o menino gritando de dor, com a mão enfaixada e uma atadura na boca para morder por causa da dor.
“Meu filho não bate em ninguém, é uma pessoa boa. Vou ensinar meu filho a bater?”, ela afirma que disse aos funcionários da escola.
Minutos depois, os bombeiros chegaram à escola. De acordo com a mãe, o protocolo local determina que o ferido entre sozinho na ambulância, para evitar que acompanhantes passem mal. O resgate, diz ela, demorou entre 30 e 40 minutos para chegar.
A escola guardou um dos pedaços amputados e o entregou aos paramédicos. Durante o trajeto ao hospital, um dos bombeiros orientou Nívia a transportar uma luva com partes dos dedos do filho. “Eu não sei se eram dois ou três, porque eles não quiseram mexer”, relatou o profissional, segundo a mãe.
O menino então precisou passar por uma cirurgia que durou cerca de três horas. O hospital informou que não seria possível reimplantar os dedos e utilizou parte de um deles para cobrir a área com exposição óssea. José Lucas ficou internado por 1 dia e perdeu a primeira parte do indicador e do dedo maior (especificamente onde fica a unha).
"O dedo maior ficará sem unha e o indicador ficará com apenas a metade", afirmou a mãe.
'Mãe, aquela escola não é para o seu filho'
Após o procedimento, o hospital acionou uma assistente social, que notificou a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens, responsável por zelar pelos direitos de menores em Portugal. O órgão abriu uma investigação.
A assistente social aconselhou a mãe a retirar o menino da escola. “Eles continuam afirmando que aquilo foi uma brincadeira. Se puder mudar de escola e de cidade, faça isso”, disse à família.
G1








