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Domingo, 10 de Novembro de 2024

COP-29: especialistas classificam nova meta climática do Brasil como pouco ambiciosa

A nova meta climática do Brasil é pouco ambiciosa, não atende à “Missão 1,5º Celsius” e
foi apresentada de forma tímida, apontam especialistas. A chamada Contribuição Nacionalmente
Determinada (NDC, na sigla em inglês) foi divulgada com uma publicação no site do governo federal, sem
grandes alardes, no fim da noite de ontem, 8.

A meta de redução de emissões de gases de efeito estufa (GEEs) representa uma redução de 39% a 50% em
relação às emissões líquidas de 2019 (1.712 MtCO2e). Segundo o Painel Intergovernamental sobre
Mudanças Climáticas (IPCC) e o primeiro Balanço Global do Acordo de Paris, a recomendação é de um
corte que alcance 60% até 2035 em relação a 2019.

À reportagem, o secretário executivo do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, afirmou que, ainda que a NDC do Brasil esteja à altura do desafio, é preciso um esforço conjunto. “Nossa nova meta para 2035 é bem mais ambiciosa do que a meta de 2030 e nos coloca no rumo da neutralidade em 2050”, disse. De acordo com Capobianco, o governo prepara planos setoriais de mitigação para todas as áreas da economia.

Se por um lado o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva cumpre a promessa de anunciar muito
antes do prazo – fevereiro de 2025 – a sua nova meta, por outro, apresenta uma indicação de redução de
gases de efeito estufa incapaz de cumprir o objetivo de limitar em 1,5º Celsius a elevação da
temperatura global, segundo o Instituto Talanoa.
Via: CGN