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Sábado, 12 de Outubro de 2024

Como o Grêmio reorganizou setor para ser mais ativo no mercado e chegar a reforços de R$ 50 milhões

Clube passou por ajustes em área destinada a análise e desenvolvimento de atletas, o que resultou no trio Monsalve, Aravena e Arezo

Os últimos movimentos de mercado do Grêmio na temporada foram com diversidade de nomes e nacionalidades e retorno quase imediato em campo. Ao ir além do mercado nacional, o clube buscou jogadores de Uruguai, Chile, Colômbia e até Dinamarca. Fruto da reorganização do setor de análise e desempenho, feita este ano, com a chegada de Fernano Lázaro como maior expoente.

O colombiano Monsalve e o dinamarquês Braithwaite foram alguns dos reforços recentes trazidos pelo Grêmio do exterior. Em pouco tempo, já foram titulares. Antes da parada, Aravena, outro nomeado na janela, virou titular. Arezo tem sido pouco aproveitado, mas é preparado para 2025. O trio de jovens sul-americanos custou, somado, cerca de R$ 50 milhões (veja abaixo quanto custou cada um).

Através do executivo Luís Vagner Vivian, o Grêmio buscava qualificar o setor que monitora e busca informações de atletas – a nomenclatura do clube é setor de Análise e Desenvolvimento. Com isso, alguns nomes se tornaram contratações de fato, também com participação do vice de futebol Antônio Brum e do técnico Renato Portaluppi.

Com mais profissionais, o Tricolor conseguiu ser mais ativo na busca por contratações. O que influencia no resultado em campo. Os nomes procurados foram analisados e pensados dentro do modelo gremista.

– Antes nós tínhamos dois analistas que praticamente só conseguiam trabalhar reativamente. Chegavam as ofertas de jogadores, a gente via também alguns, e esses dois conseguiam ver esses jogadores. O monitoramento de outros atletas estava limitado por falta de braço.

– Era um trabalho muito reativo. A gente conseguiu ampliar essa estrutura e a gente já para essa janela conseguiu trabalhar proativamente. Esses jogadores todos já eram monitorados, o Grêmio foi atrás deles, não foi eles que vieram atrás do Grêmio – comentou Luis Vagner ao ge.

No ano passado, o primeiro da nova gestão, o clube não teve condições de fazer investimento nesta área. Voltando da Série B, a prioridade era qualificar o elenco na temporada de volta à elite nacional. Para 2024, o cenário melhorou, e o plano para o setor foi colocado em prática.

– Quando eu cheguei nós tínhamos cinco analistas, três de desempenho, que são aqueles que atendem diretamente à comissão técnica. E dois analistas de mercado, que são os que observam o externo para potenciais contratações. Eles ficavam todos no vestiário – explicou Vivian ao ge.

– Ano passado fiz uma movimentação de logística, trouxe os dois (analistas de mercado) para a sala ao lado, então começamos a trabalhar já numa montagem diferente de visão da análise – acrescentou.

O clube conta atualmente com sete profissionais na área. Em janeiro deste ano, Fernando Lázaro foi contratado para o cargo de coordenador, isto é, o de comandar o setor. Com larga experiência no Corinthians, onde chegou a ser treinador, é dele a responsabilidade de organização de processo de análise.

Além dele, outras três pessoas foram contratadas por Luís Vagner Vivian para qualificar o setor, sob o comando de Lázaro, e também houve a promoção de um profissional que trabalhava na base.

– O Fernando dá um suporte na organização de processo da análise de desempenho, que ele é expert nisso, e ele foi estruturando essa outra parte da análise de mercado, que contempla duas coisas, entradas e saídas. Não é só a contratação, tem a saída também, é cada vez mais o clube trabalhar proativamente na venda do seu jogador – explicou Vivian.

A equipe de Análise e Desenvolvimento do Grêmio:

  • Fernando Lázaro - Coordenador do Setor de Análise e Mercado
  • Lucas Sachet - Coordenador de Análise e Mercado
  • Artur Sigallis - Analista de Dados
  • Antônio Cruz - Analista de Mercado
  • Gustavo Vargas - Analista de Mercado
  • Henrique Letti - Analista de Mercado
  • Guilherme Berlitz - Analista de Mercado

Os movimentos recentes no mercado de transferências do Grêmio comprovam o trabalho realizado. Além das contratações já citadas, o clube negociou o atacante Gustavo Nunes com o Brentford, da Inglaterra, por 12 milhões de euros (cerca de R$ 75 milhões). O jovem de 18 anos atuou efetivamente um semestre no time principal de Renato Portaluppi.

Os reforços, explorados pelo setor de análise de mercado do clube, foram pontuais para substituições ou carências do elenco. O chileno Aravena, por exemplo, é uma alternativa à saída de Gustavinho. O uruguaio Arezo e Braithwaite foram adições ao ataque, que teve a saída de uma peça (JP Galvão) e tinha Diego Costa lesionado quando as contratações foram feitas.

Além, claro, de Monsalve, trazido para ser sombra a Cristaldo, com características semelhantes de meio-campo. Os dois chegaram a atuar juntos desde o início, mas Renato desfez a dupla para tentar dar mais poder de marcação ao time.

Ademais o desempenho do time, oscilando na tabela do Brasileirão, o clube tem demonstrado organização fora de campo e trabalho forte na estrutura que sustenta o elenco. Consequentemente, em algum momento, pode também dar resultado dentro das quatro linhas.

Investimentos do Grêmio

  • Arezo: 3 milhões de euros (R$ 18 milhões) por 50%
  • Aravena: US$ 3,5 milhões (R$ 19,1 milhões) por 70%
  • Monsalve: US$ 2,5 milhões (R$ 13,6 milhões) por 50%
  • Total: R$ 50,7 milhões

G1