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Quinta-feira, 05 de Setembro de 2024
Colômbia investiga compra de software espião Pegasus
Governo brasileiro tentou comprar ferramenta de empresa israelense em 2021, mas TCU barrou pregão
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, pediu na quarta-feira (4) ao gabinete do procurador-geral que investigasse a compra do software espião Pegasus por US$ 11 milhões, que ele disse poder ter sido usado para espionar políticos da oposição durante o governo anterior.
Descobriu-se repetidamente que a tecnologia spyware, incluindo o Pegasus, foi utilizada para invadir os telefones da sociedade civil, da oposição política e dos jornalistas na última década.
O spyware Pegasus, em particular – desenvolvido pela empresa israelense NSO – foi encontrado nos telefones de várias pessoas em todo o mundo, incluindo defensores dos direitos humanos.
“Como é que 11 milhões de dólares em dinheiro saem do país num ou dois aviões, vindos de gabinetes estatais… para irem a Israel comprar software que espiona celulares, comunicações privadas, política, talvez durante meses?” Petro disse durante transmissão televisiva, citando documentação detalhando a compra da Unidade de Informação e Análise (UIAF).
Petro solicitou ao diretor da UIAF e ao chefe da polícia que entregassem os documentos relevantes e o software ao gabinete do procurador-geral para que os cidadãos possam ficar satisfeitos com o fato de os seus direitos serem respeitados pelo Estado.
No Brasil, a gestão Jair Bolsonaro tentou comprar o software espião em 2021, mas o Tribunal de Contas da União suspendeu o pregão por suspeitas de vícios na negociação e no uso da ferramenta.
A Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República, entretanto, ainda investigam a aplicação de um outro programa espião, chamado de First Mile, que também foi desenvolvido por uma empresa de segurança de Israel.
Os investigadores afirmam que há indícios de que o governo tenha usado a ferramenta para perseguir opositores políticos, jornalistas e ministros do Supremo Tribunal Federal, o que o ex-presidente Jair Bolsonaro nega.
CNN