Brasil | Comitê de crise

Quinta-feira, 29 de Fevereiro de 2024

Brasileia cria comitê de crise e pensa em projetos para pós-cheia do Rio Acre

A cidade é a mais afetada pelos alagamentos até o momento no estado

O Rio Acre, que corta Brasileia, no Acre, chegou ao nível histórico e deixou cerca de 70% da cidade inundada. O nível está com 15,58 metros, superando a marca registrada em 2015, que era de 15,55 metros.

A cidade é a mais afetada pela cheia até o momento.

Pelo menos 12 bairros de um total de 14 foram atingidos pela cheia. São 3.128 famílias desalojadas, 14.980 pessoas atingidas. Segundo a prefeita do município, Fernanda Hassen (PT), são 16 abrigos oficiais e 319 famílias abrigadas. “Nós temos mais de 50 residências que se transformaram em uma espécie de abrigo, que abriram as casas para acolher familiares e amigos”, explica.

Na zona rural a catástrofe se estende. São 617 famílias afetadas. “Antes, em outros episódios de cheia, só a zona urbana havia sido atingida. Dessa vez, teve o episódio na zona rural, então movimentou praticamente a logística da cidade inteira, que parou para esse atendimento às vítimas, pessoas atingidas”, disse a prefeita.

A Ponte Metálica José Augusto, que liga a cidade a Epitaciolândia, município vizinho, também foi interditada no último domingo (25).

A Defesa Civil informou que não tem como chegar na cidade por terra, e que os moradores estão se locomovendo para pontos seguros com barcos. Os trabalhos de resgate e assistência às pessoas também são realizados através de embarcações.

Todas as aulas foram suspensas na cidade. “Com relação às nossas escolas, toda as aulas foram suspensas porque as escolas se tornaram abrigos, tanto as escolas da rede municipal como da rede estadual”, explica a prefeita.

O hospital fica na parte alta. “Esse hospital, ele é regional e atende quatro municípios, porém como ele fica na parte alta, não foi atingido e segue funcionando normalmente. Já a Clínica do Rim, que atende paciente em tratamento de hemodiálise, foi atingida pela cheia e cerca de 27 pacientes tiveram que ser transportados para município de Xapuri para seguirem com o atendimento”, conta.

Há moradores de alguns bairros da cidade que se recusam a deixar as casas, mesmo com a cheia. Cerca de 300 pessoas permanecem em suas casas no bairro Leandro Barbosa. “A gente está levando a alimentação para essas pessoas (…) bairro tá todo tomado de água e só conseguimos chegar lá através de embarcações”, disse a prefeita.

A prefeitura preparou um comitê de crise para demandar as ações para poder atender a população e já pensar nas ações pós-cheia. “A gente precisa ter projetos concretos de fazer essa mudança da cidade e essa parte baixa fique como uma parte histórica e de passeios de balsa, mas que a gente construa parte alta, porque se tornou uma realidade. É algo que todos os anos praticamente está acontecendo”, afirma a prefeita.

O governador do Acre, Gladson Cameli, visitou o munícipio nesta quarta-feira (28) e solicitou que o secretário de estado permanecesse na cidade para ajudar em ações conjuntas do estado com a cidade. Ele trouxe água e donativos para ajudar o munícipio.

CNN