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Terça-feira, 17 de Setembro de 2024

Ator Mário Gomes é despejado de mansão após processo trabalhista de costureiras de Entre Rios do Oeste

Processo para pagamento das dívidas foi iniciado na Vara do Trabalho de Marechal Cândido Rondon

O ator Mário Gomes, de 71 anos, foi despejado na segunda-feira (16), da mansão onde morava desde 2002 com a mulher e dois filhos, em um condomínio da Joatinga, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Segundo apurado, o imóvel foi para leilão para pagar dívidas trabalhistas de costureiras da antiga confecção que o ator tinha no Paraná, na cidade de Entre Rios do Oeste. A casa, de frente para o mar e avaliada em mais de R$ 20 milhões, foi arrematada por R$ 720 mil.

A batalha judicial começou em 2007. Nesta época, o ator tinha se desfeito da empresa e ficou devendo salários a 84 funcionárias. A dívida na ocasião era de R$ 923 mil. Para que quitasse a quantia devida, a Justiça do Trabalho determinou em 2011 que o imóvel fosse para leilão. Além disso, o ator também estava acumulando dívida de IPTU, que já ultrapassava R$ 100 mil.

Mário deixou a casa abatido, carregando suas roupas e alguns pertences em um caminhão de mudança. Raquel, a mulher do ator, também aparece nas imagens ajudando na mudança. Em um determinado momento, ela consola a filha mais nova do casal, que caiu aos prantos.

Candidato a vereador no Rio pelo Republicanos, Mário Gomes não declarou bens no site da Justiça Federal.

O ator vai morar na casa da filha mais velha, Linda Gomes, na Barra da Tijuca. Ele tem quatro filhos e está afastado da TV desde 2018, quando fez uma participação na novela "Tempo de amar". Em 2019, passou a vender sanduíches em uma carrocinha na Praia da Joatinga, no Rio. O ator morava na região há mais de 40 anos e construiu o imóvel em 2002.

O caso ganhou repercussão nacional após Mário postar vídeo em suas redes sociais, mostrando-o pichando a parede da casa em protesto contra a decisão judicial. Na mensagem, ele afirma que não sairia do imóvel e que sua família não merecia passar por essa situação.

Indústria em Entre Rios do Oeste

Processo começou em 2007, após Mário Gomes fechar uma fábrica de confecções em Entre Rios do Oeste e desligar 84 funcionárias sem pagar salários, horas extras, FGTS e outras verbas trabalhistas. A Justiça ainda busca bens em nome do ator para quitar o restante da dívida, que ultrapassa 50% do valor da indenização.

O processo para pagamento das dívidas foi iniciado na Vara do Trabalho de Marechal Cândido Rondon.

Devido a repercussão do caso, o Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR), emitiu uma nota oficial.

Veja abaixo:

Nota do TRT-PR

“O Tribunal do Trabalho da 9ª Região (TRT-PR) informa que, desde 2011, pretende dar posse ao arrematante de uma casa na região da praia da Joatinga, no bairro Joá, na zona Oeste do Rio de Janeiro, referente às dívidas de um processo da Vara do Trabalho de Marechal Cândido Rondon, no oeste do Paraná. A posse ao novo proprietário é a atividade necessária para liberar o valor do leilão para pagar dívidas trabalhistas as 84 trabalhadoras, ex-funcionárias da ‘Mário Gomes Indústria e Comércio de Confecções Ltda’.

A empresa encerrou suas atividades em 2005. As trabalhadoras foram demitidas sem receberem salários, horas extras, FGTS e demais verbas, como férias, décimo terceiro e aviso prévio indenizado. A dívida estava estimada em cerca de R$ 2 milhões em 2017, data do último cálculo de atualização. O imóvel, então propriedade do sócio principal da empresa, foi leiloado por R$ 720 mil em 2011, quando ainda estava em construção. Desde então, o valor está em uma conta judicial. À época, a casa estava avaliada em R$ 1,5 milhão.

Desde a realização do leilão, os representantes da empresa interpuseram uma série de recursos para questionar a execução da dívida, o que impediu a imissão de posse até o momento. Atualmente, não há impedimentos para a efetivação da posse da casa ao novo proprietário. Ao ser efetivada esta posse, o valor depositado em juízo será liberado. Porém, 25% deste montante será destinado à esposa do sócio proprietário da empresa, a título de meação e como contraprestação às benfeitorias realizadas no imóvel. O restante será liberado às 84 trabalhadoras. A Justiça do Trabalho do Paraná continuará a buscar outros bens dos devedores, a fim de quitar por completo o débito trabalhista.”

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Mário Gomes picha parede de casa durante ação de despejo: Mário Gomes picha parede de casa durante ação de despejo: "Não vou sair" (Foto: Reprodução redes sociais)