Esporte | Inter e Grêmio
Segunda-feira, 26 de Fevereiro de 2024
Análise: Inter apresenta resiliência e repertório para confirmar domínio e virar o Gre-Nal
Ambiente no vestiário foi de muita vibração com vitória no clássico 441. Após erros, força mental e qualidade ofensiva foram determinantes para a virada
A história do disputado Gre-Nal 441 valorizou o que foi proposto e apresentado pelo Inter no Beira-Rio. O favoritismo colorado foi confirmado, mas sem facilidades. No pós-jogo, os atletas exaltaram dois pontos cruciais na construção da vitória por 3 a 2, de virada, no domingo à noite: resiliência e repertório ofensivo e tático.
A equipe emplacou a sexta vitória seguida e garantiu a liderança da primeira fase do Gauchão. O Inter não foi brilhante em campo, mas dominou o rival durante boa parte da partida. O reconhecimento à superioridade veio com as declarações do técnico Renato Portaluppi, do rival.
A tensão pelas decisões da arbitragem contaminou as equipes e se estendeu às arquibancadas. Rodrigo Ely, Bustos e Valencia escaparam do amarelo. Sem VAR, Daronco foi ousado ao apostar na estratégia de economizar nos cartões.
O Inter deu as cartas desde o início, com posse de bola, volume e busca efusiva pelo gol. O desafio era superar o meio gremista congestionado por quatro volantes, além dos próprios erros. Renê, aos 14, marcou contra de forma constrangedora e tornou a missão mais complicada.
Foi preciso ter "força mental", como destacado pelo próprio lateral, e repertório, com jogo coletivo e talento individual. A visão e a tacada de sinuca de Alan Patrick encontraram Mauricio na entrelinha rival. O meia fez valer o bom chute de fora da área para acertar o canto de Marchesín.
Novas adversidades apareceriam no segundo tempo. O Tricolor fez ajustes, melhorou e se tornou perigoso, especialmente pelo lado esquerdo. A defesa não conteve o avanço de Villasanti que superou Vitão e Renê aos trancos e barrancos para recolocar o lado azul à frente.
O que parecia improvável há pouco mais de um ano se tornou realidade diante de 47.197, o maior público em um Gre-Nal do novo Beira-Rio. O Inter mostrou poder de reação e não se deixou abalar. É evidente que o time tem uma nova identidade e mentalidade para superar os infortúnios.
A estrela de Coudet e as variações táticas com a chegada de reforços também entram na equação. O ingresso de Alario deu nova característica à equipe. O argentino, ao receber de Mauricio, precisou de dois toques, domínio e arremate, para anotar o gol 600 do Inter em Gre-Nais.
– Quanto mais jogadores qualificados no elenco melhor. O Alario é fantástico, no primeiro toque dele conseguiu fazer o gol. Quanto mais repertório tivermos, mais jogadores qualificados tiver para ter variação de formação e jogadas, é melhor, para não ficar fixo numa coisa. Acho que é uma qualidade do nosso elenco, que é muito versátil – exaltou Mauricio.
O xadrez Gre-Nal ainda proporcionaria um jogo de vai e vem. Renato mexeu bem e até poderia ter vencido o jogo. Coudet retrucou com substituições que devolveram o controle ao Inter. No fim das contas, o "detalhe" que geralmente define o vitorioso é a qualidade técnica.
E Alan Patrick tem de sobra. Ao partir para cima de Kannemann, sofreu pênalti, convertido após reclamação gremista. O "Homem Gre-Nal" marcou pela quarta vez no clássico e igualou a marca de Fernandão. O gol nos acréscimos coroou o time que jogou para vencer desde o começo.
As comemorações pela virada se estendem até às 17h desta segunda-feira, quando o elenco se reapresenta no CT Parque Gigante. O foco sai do estadual e vai para a Copa do Brasil. Na quarta-feira, o Inter enfrenta o Asa, fora de casa, em um jogo perigoso de matar ou morrer.
Se mantiver a postura propositiva, os movimentos ofensivos insinuantes e a resiliência para superar eventuais dificuldades, como a longa viagem até o nordeste, o calor e o gramado, o Colorado tem boas chances de voltar classificado e de sangue doce para a última rodada do Gauchão.
G1