O Grêmio mudou a forma de jogar, sustentou a nova cara e está dando resultado. O desempenho na vitória por 3 a 1 diante do Fortaleza, na Arena, consolidou as mexidas efetuadas pelo técnico Renato Portaluppi no time. O resultado contra um postulante ao título ergue o moral dos gremistas e dá tranquilidade na tabela.

O Tricolor precisava, mais que tudo, terminar a noite de sexta-feira com a vitória para afastar a desconfiança e o temor pelo Z-4. E desde o início da partida, a postura dentro de campo refletiu o que foi o resultado final. A vitória levou o Grêmio ao 11º lugar, com 35 pontos, sete acima do Vitória, o primeiro no Z-4, embora isso possa mudar neste sábado.

Uma hora antes da bola rolar, a notícia de Soteldo no banco por opção técnica apimentou o jogo. Uma mudança significativa no time, mas que pode ter sequência, porque o substituto deu conta do recado.

O Fortaleza até tinha a posse de bola, mas não oferecia perigo a um Grêmio que soube se posicionar e fechar os espaços no campo de defesa. A resposta veio com Cristaldo em velocidade pela direita, que deu um pique pouco visto do argentino, e cruzou na área para Aravena marcar o primeiro dele pelo clube.

O gol não tirou a ambição gremista, que continuou ocupando o campo do adversário. Mas em um erro de passe no meio-campo, Reinaldo não teve a cobertura de Dodi e Hércules teve liberdade de entrar na área e finalizar a gol. Caíque ajudou ao aceitar pelo meio das pernas.

– Quando tomamos um gol, fica às vezes visível pelo lado que a jogada termina, mas precisamos estar atentos a quando nasce. Tomamos o gol ao tentar uma circulação, mas erramos, levamos a bola nas costas e termina ali. Não foi o lado esquerdo, mas foi a falta de sincronismo – explicou Marcelo Salles.

Dessa vez, o Grêmio foi diferente de outros jogos. Nem mesmo o gol do Laion abalou. O Tricolor fez João Ricardo trabalhar nas chegadas de João Pedro e Cristaldo logo depois. No final do primeiro tempo, Braithwaite quase marcou no cruzamento de Aravena, mas Cardona salvou em cima da linha.

Na volta do intervalo, o Fortaleza continuou com o controle da posse de bola, mas o filme se repetiu. Teve dificuldade de furar a defesa, enquanto o Grêmio sempre conseguia produzir quando chegava à frente.

Se uma falha cooperou com os visitantes, também foi generosa com um certo dinamarquês. O gol de Braithwaite que deu vantagem ao Tricolor só aconteceu por conta do frango de João Ricardo. Isso não significa que não fosse merecido. Pelo contrário. Foi resultado da produção ofensiva.

– Sabíamos que a vitória não poderia escapar. Tivemos um susto no primeiro gol, mas controlamos e voltamos. Um bom resultado para nós, andamos na tabela e ganhamos de um adversário muito forte, que briga pelo título, como ganhamos do Flamengo e empatamos com o Botafogo – celebrou o auxiliar.

O Grêmio sofreu pouco contra uma equipe que briga na parte de cima da tabela. Fruto da mudança de postura, mas também da segurança defensiva, proporcionada pela nova formação. As principais alterações são as entradas de Edenilson na direita, Aravena na esquerda e Pepê como titular.

A atuação na noite de sexta foi coroada com o gol que selou a vitória, não ironicamente, marcado por Soteldo, novo reserva. A vitória deixa o Tricolor a sete pontos de distância da Z-4 e dentro da zona que o classifica para a Sul-Americana, principal meta gremista no momento.

Essa situação devolve a tranquilidade aos torcedores e alivia o ambiente interno de pressão. Calmaria importante, visto que em 15 dias o Grêmio tem um Gre-Nal como visitante a ser jogado. Antes, na quarta, encara o Atlético-MG em jogo da 6ª rodada, na Arena MRV.

G1