O governador do Amazonas, Wilson Lima, declarou situação de emergência e emergência em saúde pública em todos os 62 municípios amazonenses por conta da estiagem, na reunião do Comitê de Enfrentamento à Estiagem, nesta quarta-feira (28). A região deve enfrentar a pior seca nos últimos 44 anos, de acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden).

Desde julho, o governo antecipou o reconhecimento de emergência pela seca de 20 cidades nas calhas dos rios Juruá, Purus e Alto Solimões. Um dos decretos assinados pelo governador estende a mediada para os outros 42 municípios e outro reconhece todo o estado em situação de emergência em saúde pública devido ao risco sanitário causado pela baixa das águas dos rios e a dificuldade no acesso aos serviços de saúde nas localidades mais afetadas.

Mais de 300 mil pessoas e cerca de 77 famílias são afetadas pela estiagem, de acordo com a Defesa Civil do Amazonas. Os amazonenses já sentem impactos nos transportes, abastecimento e na saúde.

Entre as ações para garantir o abastecimento na saúde, uma usina de oxigênio foi instalada no município de Envira (AM), cerca de 200 volumes de medicamentos e insumos foram enviados para Fonte Boa (AM) e 15 cilindros de oxigênio foram enviados para o hospital de Canutama (AM).

De junho até esta terça-feira (27), mais de 10,879 mil focos de incêndio foram combatidos pelo Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM). A reunião confirmou a contratação antecipada de 85 brigadistas, pelo adiantamento de R$ 1 milhão, por meio de um termo entre a Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) a Agência Amazonense de Desenvolvimento Econômico, Social e Ambiental (Aadesam). Os agentes devem começar a atuar no reforço ao trabalho das equipes estaduais de combate às queimadas na próxima segunda-feira (2).

A capital Manaus (AM) tem amanhecido coberta de fumaça por conta dos incêndios florestais. Em alguns bairros, “péssima” qualidade do ar, segundo o Sistema Eletrônico de Vigilância Ambiental (SELVA), ferramenta da Universidade Estadual do Amazonas, preocupa quanto aos impactos à saúde. A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Amazônia recomendou o uso de máscaras no estado.

Combate ao crime ambiental

O governo informou que, entre 30 de abril e esta terça-feira (27), 168 pessoas presas e detidas por crimes ambientais. Deste total, cinco prisões foram registradas nas últimas 24 horas, no escopo da Operação Tamoiotatá.

Na cidade de Tamoiotatá (AM), mais de R$ 91 milhões foram aplicados em multas desde abril deste ano, além de 148 embargos, totalizando mais de 16.989.691,90 hectares e 30 termos de apreensão.

CNN