Cogitado outrora na seleção brasileira de Fernando Diniz, Alan Patrick vê o status de titular incontestável no Inter se transformar em uma incógnita. O retorno gradativo após lesão no joelho esquerdo e os bons momentos de Gabriel Carvalho e Bruno Tabata geram a chamda "dor de cabeça boa" para o técnico Roger Machado.

O camisa 10 colorado ficou à disposição nos últimos três jogos. Atuou por 30 minutos na vitória diante do Cruzeiro no Beira-Rio, não foi utilizado contra a Raposa no Mineirão e jogou por 26 minutos no triunfo sobre o Juventude no último domingo.

A qualidade do meia é indiscutível. O momento, entretanto, gera dúvidas em relação ao time ideal. Gabriel Carvalho, 17 anos, assumiu protagonismo e é um dos destaques desde a chegada de Roger. O garoto soma um gol e duas assistências em 11 partidas no profissional.

Bruno Tabata chegou ao clube contratado do Palmeiras em 11 de agosto. Estreou como titular e encaixou rapidamente no 4-2-3-1. Apresentou um bom futebol, com um gol e dois passes para os companheiros marcarem em cinco confrontos.

Wesley completa o trio titular, com características de drible e velocidade. Porém, o ponta cumprirá suspensão contra o Fortaleza no dia 11, no Beira-Rio, o que abre possibilidade para o ingresso de Alan Patrick ao lado dos outros meias. Wanderson se recupera de lesão e Gustavo Prado corre por fora.

Em cima do contexto atual, o ge perguntou aos comentaristas do Grupo RBS se Alan Patrick, hoje, pode ser considerado um reserva e se há como montar uma formação equilibrada com os três meias.

Cristiano Munari – comentarista do Grupo RBS

"Alan Patrick não tem mais a condição de titular do Inter porque a equipe hoje tem uma nova forma de jogar. A base desse time de Roger Machado é a imposição física. Não por acaso, os melhores momentos da equipe aparecem quando marca alto e pressiona seus adversários na saída de bola. Para jogar assim é preciso que os jogadores de frente tenham intensidade, o que Gabriel Carvalho e Bruno Tabata oferecem mais que o camisa 10 neste momento da carreira.

A possibilidade para os três meias atuarem juntos aparece diante da suspensão de Wesley e da lesão de Wanderson. Alan Patrick poderia jogar contra o Fortaleza sendo o terceiro jogador dessa linha atrás do centroavante. Assim, Gabriel Carvalho e Bruno Tabata partiriam dos lados do campo, mas com liberdade de movimentação.

Em fase ofensiva, os laterais teriam o papel de dar amplitude. Dá para jogar assim, mas apenas porque Wesley está suspenso. Com Wesley à disposição, a melhor formação no momento tem ele aberto pela esquerda com Tabata e Gabriel Carvalho alternando posições entre centro e lado direito."

Diogo Olivier – comentarista do Grupo RBS

"Recuperado, em forma, como no ano passado, Alan Patrick é indiscutível. Roger e Paulo Paixão estão tentando dar força física a ele, para ser capaz de colaborar na hora de subir a pressão. Na prática, dá para montar uma linha com Gabriel e Wesley nos lados, Alan Patrick centralizado (Tabata no banco) e Borré na frente.

Contra o Fortaleza, sem Wesley, suspenso, linha de três com meias, pedindo para Gabriel ir para cima e ser mais atacante: Gabriel, Alan Patrick e Tabata. Eles e Ricardo Mathias na frente. Dificilmente Roger terá todos à disposição, então penso que ele vai montar o quarteto final conforme as ausências."

Leonardo Oliveira – comentarista do Grupo RBS

"Alan Patrick tem lugar neste time do Inter e dentro das ideias de Roger, que sempre usou um meia de mais bola no pé em seus times. Douglas viveu a retomada na carreira sendo titular com Roger no Grêmio. No Juventude, Nenê e Jean Carlos se revezavam em um time de alta intensidade. O ponto que faz Alan Patrick reserva neste momento é justamente a gestão que Roger costuma fazer do grupo. Ele teria de entrar no lugar de Gabriel Carvalho ou Tabata. Os dois, no entanto, vivem um momento de alta. Tirá-los agora seria injustiça.

Contra o Fortaleza, será mais simples, já que Wesley está de fora. Um deles migraria para o lado esquerdo. Uma ideia com os três juntos, mais Wesley e Borré, me parece impossível. Só mesmo em momentos circunstancias, em que um segundo do meio possa ser Alan Patrick armando desde trás."

Luciano Périco – comunicador do Grupo RBS

"Hoje, Alan Patrick perdeu a titularidade no Inter. O time se acertou com Gabriel Carvalho e Bruno Tabata. Claro, que é muito complicado abrir mão da qualidade técnica do camisa 10. Só que no quesito físico, ele não consegue manter a mesma intensidade durante os 90 minutos.

Alan Patrick passa a ser uma ótima opção durante as partidas. Afinal de contas, em uma partida, não apenas os 11 titulares que começam são importantes. É preciso projetar o jogo como um todo. Se Roger Machado optar por colocar os três juntos, seria necessário abrir mão de Wesley. Porém, não seria justo retirar o atacante."

Maurício Saraiva – comentarista do Grupo RBS

"Alan Patrick é reserva no Inter possível de Roger, embora fosse titular do time ideal do treinador. Roger sempre gostou de ter um meia-armador, poucos têm tanta qualidade como Alan Patrick. Fosse o jogador de 2023, o time teria que ser adaptado à centralidade do camisa 10. O de 2024, até agora, não valeria tanto esforço."

G1