Cotidiano

14.07.2015

ROYALTIES

Na semana passada recebi de um colega de São Miguel do Iguaçu, terra dos Maggi, um vídeo de um discurso do senador Blairo, que representa o Mato Grosso na câmara alta.

No discurso, Maggi critica os municípios lindeiros ao Lago de Itaipu e diz que o IDH, Índice de Desenvolvimento Humano destes, não difere muito dos que não recebem os royalties da binacional.

Ouvi ontem pela câmara, o vereador Edson Wamms abordar este assunto, relatando o que deve ter visto no mesmo vídeo.

Santa Helena é citada pelo menos duas vezes na fala do senador rei da soja.

“Ao invés de indenização pecuniária, a Itaipu deveria dar crédito de energia para que os municípios pudessem incentivar indústrias”, diz o senador num dos trechos.

Por outro lado, ouvi ontem na sessão da câmara local, uma grande preocupação dos vereadores em relação ao perigo da redistribuição de royalties para mais municípios, que não os lindeiros.

Todos os governos (uns mais outros menos) da era pós-royalties aplicaram muitos recursos na formação de estrutura administrativa de prédios, veículos e maquinários e consequente necessidade da ampliação do número de funcionários.

O medo é que não haja mais royalties para manter a toda a estrutura apinhada de funcionários sob as mais variadas facetas, desde os efetivos, estagiários, de confiança e terceirizados.

É a comprovação sine qua non da inversão total de propósitos a que os royalties se destinam.

O ressarcimento deveria ser para fomentar a produção agropecuária, não só primária, incentivar mesmo a vinda de indústrias para que pudéssemos ver um município mais populoso e com muito mais arrecadação de receitas livres.

Dinheiro de royalties jorra que nem o vertedouro Dinheiro de royalties jorra que nem o vertedouro

Elder Boff