15.11.2010
PAUL MACCARTNEY: 50 MIL PESSOAS EM SHOW DE QUASE TRêS HORAS NO ESTáDIO BEIRA-RIO
Não houve barreira de idioma no primeiro show brasileiro da Up and Coming Tour, em Porto Alegre, no Beira-Rio, no domingo, 7. Muito bem assessorado, Paul McCartney sabia que, antes de brasileiros, os moradores da cidade são gaúchos. Depois de um "boa noite, gaúchos", o músico ainda distribuiu vários "trilegal", um "mas bah, tchê" e até puxou um coro de "ah, eu sou gaúcho" durante as quase três horas de apresentação.
Mas a comunicação verbal não era tão importante. A cidade já estava tomada pela "mccartneymania": dezenas de cartazes e até uma faixa puxada por um avião davam boas vindas ao músico que, por sua vez, não pôde circular pela cidade devido à multidão de fãs que fez vigília na porta do hotel onde ele estava hospedado. Ou seja, os gaúchos estavam completamente preparados para a apresentação.
Pouco depois das 21h, McCartney subiu ao palco vestindo uma camisa branca, suspensórios e um blazer roxo, que logo seria abandonado ("Essa é a grande mudança de figurino do show", brincou, ao jogar a peça de roupa para um assistente). O repertório não teve novidades em relação a outras datas da turnê, e a noite começou com a dobradinha "Venus and Mars/ Rockshow", seguiu com outra do repertório do Wings, "Jet", e finalmente fez o chão tremer com a primeira música dos Beatles a ser executada naquela noite: “All my Loving”.
Momentos mais tarde, o pouco lembrado guitarrista de Sir Paul foi explorado em uma versão incendiária de "Let Me Roll It", com uma pequena citação a "Foxy Lady", de Jimi Hendrix, ao final. Se a meta fosse provar algo ao público, o músico já poderia ter encerrado o show ali.
O primeiro dos vários momentos emocionantes que permearam a noite foi com "My Love", escrita para "minha gatinha, Linda", segundo o ex-beatle, mas naquela noite dedicada a "todos os namorados" da plateia. Momentos depois, em "Here Today", escrita em homenagem a John Lennon, não era difícil encontrar lágrimas rolando no rosto do público - e o próprio McCartney tremeu a voz em certo momento. O mesmo se repetiria com a celebração de George Harrison, em uma versão para "Something", um pouco mais tarde.
A partir da 22ª música, o show parecia até brincadeira (de bom gosto, claro): só sucessos absolutos, cantados em coro pelos 50 mil presentes. Abrindo com "Band on the Run", Paul McCartney passeou pela dançante "Ob-La-Di Ob-La-Da", as pesadas "Helter Skelter" e "Back in the U.S.S.R." e os clássicos "Hey Jude", "Let It Be", "Yesterday" e "Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Reprise)".
Logo depois da apresentação, Paul McCartney embarcou para a Argentina, onde se apresenta nos dias 10 e 11. Depois de uma breve pausa (na qual ele deve retornar à Inglaterra), o músico toca em São Paulo, nos dias 21 e 22. As entradas de ambas apresentações já estão esgotadas.