09.11.2024
Grandes Artistas de A a Z
Tarsila do Amaral (1886-1973) é uma das mais importantes pintoras modernistas brasileiras, reconhecida por seu papel fundamental na construção de uma identidade artística nacional. Nascida em Capivari, no interior de São Paulo, Tarsila foi uma das pioneiras do modernismo no Brasil e contribuiu para a renovação da arte brasileira ao misturar influências europeias com temas e cores nacionais.
Educada inicialmente na Europa, Tarsila estudou em escolas renomadas como a Academia Julian, em Paris, onde teve contato com os movimentos de vanguarda da época, incluindo o cubismo, o surrealismo e o fauvismo. Ela voltou ao Brasil com uma visão renovada e, junto a outros modernistas como Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Anita Malfatti, integrou o movimento que culminou na Semana de Arte Moderna de 1922.
Sua obra é marcada pela presença de elementos típicos da cultura brasileira, explorando temas e símbolos nacionais em uma linguagem visual inovadora. Em 1928, Tarsila criou a obra-prima Abaporu, uma pintura de um personagem de grandes proporções e pés imensos. Essa obra inspirou o Movimento Antropofágico, liderado por Oswald de Andrade, que propunha “devorar” influências estrangeiras para recriar algo novo, genuinamente brasileiro.
Tarsila explorou cores vibrantes e formas simplificadas, mas poderosas, em suas obras. Algumas de suas pinturas mais conhecidas incluem A Negra, Carnaval em Madureira e Operários. Suas obras capturam a paisagem, a fauna e a flora brasileiras, além de abordar questões sociais e culturais do Brasil.
Hoje, Tarsila do Amaral é lembrada como uma artista que ajudou a forjar a identidade artística do país e que soube, como poucos, combinar o sofisticado com o popular, o local com o universal. Sua contribuição permanece viva e impactante, e suas obras estão entre as mais icônicas da arte moderna no Brasil, sendo estudadas e apreciadas mundialmente.
Fonte: 501 Grandes Artistas - 2009 – pag. 332 - Livro editado pelo Pintor, professor de desenho e professor-pesquisador da Fundação Rootstein Hopkins na University of the Arts, em Londres, Stephen Farthing.