Cotidiano

04.03.2009

A MALA – II

Aquele prefeito viajava pela primeira vez para além mar. É bem verdade que era chegado numa cervejinha e depois de Foz do Iguaçu, em São Paulo, a espera pelo embarque rumo à Europa demoraria um bom tempo. Tempo suficiente para umas quantas rodadas de cerveja.

O embarque para a França, primeira escala da viagem, acabou acontecendo e qual não foi a surpresa do prefeito, quando uma de suas malas não chegou no mesmo vôo. A agente de viagem começava uma batalha que demoraria a ter fim.

O alcaide simplesmente havia esquecido a mala num dos bares do aeroporto ainda em solo brasileiro. De São Paulo ficaram de remeter a dita cuja para a Espanha, em Madri, onde seguiríamos naquele mesmo dia.

Cinco dias de Madri e nada da mala chegar. Fomos para a Alemanha e lá chegando o prefeito recebeu a notícia: a mala chegou. Em Madri. –Mas tem que mandar aqui para Frankfurt! – Calma prefeito, estamos providenciando isso.

Da Alemanha fomos para a Itália e quando estávamos em Roma a mala chegou. Em Frankfurt! –Manda essa mala de volta para... (preservo o nome do município, senão entrego o prefeito).

Até hoje não sei se ele chegou primeiro em casa ou a sua mala perdida. No fim das contas, o prefeito ficou até feliz. Conseguiu, não sei como, uma indenização pelo extravio da mala. Foram mil dólares que segundo ele, dava para comprar três vezes o que tinha naquela bagagem.

Elder Boff