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Segunda-feira, 11 de Novembro de 2024
Tomografia ajuda a resolver um mistério de 3 mil anos sobre mulher egípcia
Cientistas do Museu de História Natural Field, em Chicago, examinaram os envoltórios de restos humanos mumificados do antigo Egito para descobrir novos detalhes sobre suas identidades e como foram preparados para a vida após a morte — tudo isso sem remover um único pedaço de linho.
Em setembro, os membros da equipe transportaram 26 múmias em exibição no museu, sobre carrinhos especialmente construídos, até o estacionamento, para serem submetidas a uma tomografia computadorizada (TC) móvel. A tecnologia não destrutiva gerou milhares de raios-X das múmias e de seus sarcófagos. Quando empilhadas, as imagens de raios-X criaram representações tridimensionais que revelaram os esqueletos e artefatos no interior.
As novas descobertas estão ajudando a lançar luz sobre as práticas funerárias dos egípcios de mais de 3 mil anos atrás, além de oferecer pistas sobre o que eles consideravam importante levar para a vida após a morte.
Embora as tomografias tenham levado cerca de quatro dias para serem realizadas, o processamento e a análise das imagens 3D podem levar até três anos, disse JP Brown, conservador sênior de antropologia no museu.
Além de fornecer insights sobre os melhores métodos para preservar as múmias para as gerações futuras, os escaneamentos também oferecem uma oportunidade de entender a individualidade e os detalhes pessoais de cada egípcio mumificado de uma maneira respeitosa. “Do ponto de vista arqueológico, é incrivelmente raro você conseguir investigar ou ver a história a partir da perspectiva de um único indivíduo”, disse Stacy Drake, gerente das coleções de restos humanos no Museu Field. “Essa é uma maneira realmente ótima para nós olharmos quem eram essas pessoas — não apenas os objetos que elas produziram e as histórias que inventamos sobre elas, mas os próprios indivíduos que viveram nesse período.”
Preparando-se para a vida após a morte
A exposição Inside Ancient Egypt (Por dentro do Antigo Egito, em tradução livre) é uma das mais populares do museu e inclui uma réplica em três andares de um tipo de tumba chamada mastaba. As câmaras funerárias da tumba, datadas de 2400 a.C., abrigam 23 múmias humanas e mais de 30 múmias de animais.
Os antigos egípcios acreditavam que a alma permanecia dentro do corpo após a morte, por isso os embalsamadores mumificavam os corpos para preservar o espírito para a vida após a morte, de acordo com os cientistas do Museu Field.
O ritual espiritual e biológico da mumificação poderia levar até 70 dias, e incluía a remoção dos órgãos internos, exceto o coração, pois acreditava-se que ele fosse a morada da alma. Os embalsamadores usavam sal para secar os corpos, depois os envolviam em linho, às vezes escrevendo orações ou incluindo amuletos protetores. O sepultamento cerimonial seria o passo final para enviar a pessoa mumificada para o além.
CNN.