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Domingo, 24 de Novembro de 2024

Santa Helena e a sustentabilidade: Gestão de resíduos é essencial para produção de bioplásticos

Em Santa Helena, iniciativas para a conscientização e ampliação da coleta seletiva podem ser fundamentais para integrar o município ao ciclo de produção sustentável, beneficiando tanto a economia local quanto os esforços globais de redução de emissões de carbono.

O Brasil tem o potencial de substituir plásticos feitos a partir de combustíveis fósseis por bioplásticos derivados da cana-de-açúcar, sem causar impactos significativos no aumento da área cultivada, na biodiversidade e nas reservas de água. No entanto, isso depende de uma gestão eficiente da reciclagem e do descarte. O estudo, conduzido pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), foi publicado na prestigiada revista científica Nature.

A pesquisa avaliou cenários até 2050, considerando áreas agricultáveis que poderiam ser destinadas ao cultivo de cana em substituição a pastagens degradadas. Essa abordagem, além de evitar impactos ambientais, aproveitaria a estrutura já existente de usinas e contribuiria para estoques de carbono, biodiversidade e recursos hídricos.

No Paraná, municípios como Santa Helena, reconhecidos pelo potencial agrícola e pela gestão ambiental, podem desempenhar um papel estratégico no desenvolvimento sustentável desse modelo. A cidade já se destaca em ações de reaproveitamento e reciclagem, o que a coloca em vantagem na implementação de práticas alinhadas à economia de baixo carbono.

Bioplástico e seus desafios

O bioplástico, como o polietileno de base biológica (bioPE), apresenta benefícios como a redução da pegada de carbono. Produzido a partir de culturas como a mandioca, batata-doce e, principalmente, cana-de-açúcar, o bioPE substitui o uso de petróleo, mas não é biodegradável. Isso reforça a necessidade de sistemas eficazes de coleta e reciclagem.

“Mesmo sendo de origem biológica, o problema do descarte irregular ainda persiste, assim como ocorre com o plástico fóssil”, destacou a pesquisadora Thayse Hernandes, doutora em Planejamento de Sistemas Energéticos. Segundo ela, o maior gargalo é a coleta e a governança, que dependem de ações coordenadas entre prefeituras, estados e governo federal.

Impactos locais e globais

A falta de eficiência na coleta pode comprometer os benefícios ambientais, gerando conflitos sobre o uso da terra e aumentando os impactos climáticos. Em cenários positivos, a substituição de plásticos fósseis por bioplásticos pode atingir escala global, demandando até 22 milhões de hectares, sendo 3,55 milhões viáveis sem impactos ambientais no Brasil.

Em Santa Helena, iniciativas para a conscientização e ampliação da coleta seletiva podem ser fundamentais para integrar o município ao ciclo de produção sustentável, beneficiando tanto a economia local quanto os esforços globais de redução de emissões de carbono.

A transição para bioplásticos exige mais do que avanços tecnológicos: requer engajamento social e governamental para garantir que esses materiais sejam reciclados adequadamente, evitando que cheguem aos oceanos ou contribuam para a poluição. Municípios como Santa Helena têm uma oportunidade única de liderar essa mudança sustentável.

Foto: Frame TV Brasil

Correio do Lago com informações de Agência Brasil
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