Notícias da Região | Violência

Sábado, 19 de Outubro de 2024

PM vira réu por dar tapas, chutes e puxar cabelo de mulher durante abordagem no Paraná

Ministério Público diz que Jader Aparecido Camilo também omitiu informações das agressões no boletim de ocorrência. Defesa afirma que acusação será 'rebatida' durante o processo.

O cabo da Polícia Militar (PM) Jader Aparecido Camilo virou réu, que deu tapas e chutou uma mulher em Itambaracá, norte pioneiro do Paraná, virou réu por lesão corporal e falsidade ideológica. O caso foi no dia 24 de agosto deste ano.

A defesa disse que a "acusação será rebatida na instrução processual, vez que a investigação se baseou em um trecho de vídeo descontextualizado dos fatos". A denúncia do Ministério Público foi aceita nesta sexta-feira (18) pela Justiça.

A vítima foi agredida quando estava em um bar com amigos. Jader e outro policial chegaram para atender uma situação de perturbação de sossego.

Um vídeo feito por uma testemunha mostra o PM xingando e mandando abaixar o volume do som. Em outro trecho, após uma discussão, Jader dá dois tapas e chuta a mulher.

Ela ainda foi arrastada pelas pernas, jogada na calçada e teve os cabelos puxados. Na época, Jader foi afastado da corporação e transferido para outra função.

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) informou que ele continua afastado.

A denúncia

De acordo com o Ministério Público, Jader não citou no boletim de ocorrência as agressões e xingamentos contra a vítima, "tudo com o objetivo de alterar a verdade e, assim, facilitar a ocultação do crime".

A conduta do policial foi investigada em um Inquérito Policial Militar (IPM). A conclusão foi de que o agente cometeu uma "transgressão disciplinar". Ele responde a outro processo por agressão, também contra uma mulher.

Para a Promotoria, o outro policial que atendeu a ocorrência, cabo Eduardo José Pereira, não fez nada para impedir que a mulher fosse agredida.

O Ministério Público propôs um acordo de pagamento de R$ 1.980 para que ele não responda uma ação judicial.

Medo

Em entrevista à RPC, a mulher agredida pelo PM comentou que nunca vai esquecer a violência física e psicológica que sofreu.

"Não dói tanto os ferimentos, não dói tanto os machucados. Dói mais o que fica na mente, o que a gente passa. Eu nunca passei por uma situação dessa e eu acho que eu também nunca mais vou esquecer", disse a jovem.

G1/RPC

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