Em confrontos desse patamar, entre os dois principais concorrentes a títulos no Brasil nos últimos anos, vence quem errar menos. É o que Abel Ferreira costuma dizer. No Allianz Parque, porém, mesmo pulsando com 41 mil torcedores, o Palmeiras falhou nos momentos decisivos, complicou um jogo que em alguns momentos parecia controlado e perdeu para o Flamengo por 2 a 0.

Só mantém a liderança do Brasileiro por conta da vantagem construída, mas que agora cai para apenas um ponto de diferença: o Alviverde tem 22, o Rubro-negro 21. Pode ser ultrapassado, portanto, na próxima rodada.

Em campo, sem o técnico Abel Ferreira, que cumpriu suspensão, o Palmeiras entrou com quatro mudanças em relação à vitória sobre o Ceará pela Copa do Brasil: Murilo em Fuchs na zaga, Emi Martínez em Aníbal na cabeça de área, Facundo Torres em Maurício na ponta e Mayke em Felipe Anderson.

Estêvão, em vez de atuar pela esquerda, como fez contra o Ceará, com Maurício na direita, voltou a ocupar o meio de campo. Enquanto Mayke assumiu a ala direita, como fez saindo do banco no último jogo. Havia funcionado na Copa do Brasil, mas contra o Flamengo deixou o time pouco agressivo pela direita.

Apesar da pouca criação, a partida começou quente, em ritmo acelerado e com chances criadas somente pelo Palmeiras, que chegou com Estêvão, Mayke e Facundo Torres. Essa última, decisiva: um cruzamento que bateu na mão de Varela e o árbitro Ramon Abatti Abel deu pênalti. O VAR só analisou se estava dentro ou fora da área, até confirmar.

Na cobrança, porém, Piquerez mandou à direita do goleiro Rossi e viu o camisa 1 do Flamengo defender. Reforçando o problema crônico do time nas cobranças: errou quatro das últimas oito que cobrou.

A partir desse momento, ali aos 16 minutos do primeiro tempo, o Palmeiras até investiu em avanços com Estêvão, mas pareceu sentir a perda. Esfriou o ritmo após o pênalti perdido, enquanto o Flamengo se atinha a buscar nas falhas individuais, como fez aos 50, em uma afastada ruim de Gómez e Facundo, que terminou em finalização de Cebolinha. Mas Weverton defendeu.

No segundo tempo, a tentativa de melhora na postura ofensiva, com Maurício no lugar de Mayke aos 11 minutos, teve pouco tempo para tentar surtir efeito.

Aos 21, Arrascaeta caiu na área em dividida com Murilo pedindo pênalti. O árbitro a princípio mandou seguir, mas mudou a marcação após o VAR chamar para revisão. Resultado: gol do Flamengo.

O lance era até discutível, porque Murilo parecia não colocar impacto que fosse suficiente para derrubar o adversário. Até por isso a revolta do time alviverde, que chamou a arbitragem de amadora após a partida. Cabia ao zagueiro, porém, o raciocínio rápido de não se colocar em uma situação de vulnerabilidade como essa na área, dando margem para interpretação.

Nos dois lances decisivos da partida, portanto, o Palmeiras falhou. E se o ritmo estava em queda depois do pênalti perdido, após o gol sofrido passou a faltar frieza nas finalizações. Tentou com Maurício, Flaco, Piquerez, Veiga. Nada. Ao todo, arriscou 14, sendo três delas no alvo.

Aos 41, por fim, o Flamengo fez o segundo, e transformou os acréscimos em puro protocolo.

Complicando a si mesmo em casa, o Verdão desperdiçou não só o pênalti, mas também a chance de abrir no mínimo cinco pontos de vantagem na liderança do Brasileiro. Precisará vencer o Cruzeiro, no próximo domingo, para evitar risco de ultrapassagem.

G1