Brasil | Tráfico sexual
Domingo, 07 de Setembro de 2025
Operação contra tráfico sexual: Pelo menos 70 vítimas foram identificadas
Rede ofertava serviços sexuais das mulheres pela internet e lucrava em cima dos atendimentos
Ao menos 70 vítimas foram identificadas no esquema internacional que promovia o tráfico humano e explorava mulheres em mais de 14 países. A operação foi deflagrada nesta quarta-feira (3) pelo Ministério Público Federal, Policia Federal e autoridades policiais da Irlanda.
O grupo atuava na Irlanda, Nova Zelândia, Reino Unido, México, Croácia, Grécia, Israel, Singapura, Arábia Saudita e África do Sul. Além disso, impulsionavam o esquema de lavagem de dinheiro e crimes financeiros no Brasil.
As vítimas eram atraídas sob a premissa de melhores condições de vida e levadas ao exterior com vistos conquistados por meio de propostas de emprego ou estudo, além de documentos falsificados utilizados para burlar o controle de migração.
A rede ofertava os serviços sexuais pela internet, organizava o agendamento dos atendimentos e recebia os pagamentos.
De acordo com as investigações preliminares, a organização faturava cerca de R$ 700 mil reais por mês e R$ 5 milhões por ano com o esquema fraudulento.Os valores eram aplicados em empresas de fachada no Brasil, na compra de bens e imóveis, em fundos de investimentos e criptoativos. A intenção era aparentar legalidade ao dinheiro obtido com os crimes.
Na operação, estão sendo cumpridos cinco mandados de prisão em Santa Catarina e na Irlanda contra o líder do grupo e os principais integrantes dos núcleos financeiro e operacional, todos brasileiros.
Os pedidos foram expedidos pelo MPF e autorizados pela Justiça Federal, com o objetivo de impedir a continuidade do crime, tentativas de fuga ou intimidação das vítimas. Além disso, a pedido da PF, a 1ª Vara Federal de Florianópolis autorizou o cumprimento de medidas cautelares diversas da prisão contra outros 13 brasileiros, incluindo entrega de passaporte, proibição de deixar o país ou de entrar em contato com as vítimas.
Estão sendo cumpridos ainda 30 mandados de busca e apreensão nas residências dos investigados e em empresas utilizadas para lavar o dinheiro adquirido com os crimes. A Justiça determinou o bloqueio de bens, como carros, imóveis, valores em contas bancárias e carteiras de criptoativos dos investigados e de 15 empresas em nome de laranjas.
Os mandados são cumpridos na Irlanda e em seis estados brasileiros: Santa Catarina, Mato Grosso, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná e Minas Gerais.
No Ministério Público Federal, a investigação é conduzida pela UNTC (Unidade Nacional de Enfrentamento do Tráfico Internacional de Pessoas e do Contrabando de Migrantes), em parceria com o Gaeco Nacional (Grupo Nacional de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) e o GA (Grupo de Apoio) Criptoativos da Câmara Criminal.
CNN








