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Quarta-feira, 15 de Janeiro de 2025

Irmãos Mayer são condenados a uma pena de 240 anos cada um por chacina em Campo Erê

Após um longo julgamento realizado entre segunda-feira (13) e terça-feira (14), encerrando por volta das 22h, os irmãos Joel Sérgio Mayer e Leodir Simão Mayer foram condenados pelos homicídios de quatro pessoas e pelas tentativas de assassinato contra outras seis. Os crimes ocorreram na noite de 21 de janeiro de 2023, na Linha Doze de Novembro, interior de Campo Erê e chocaram a comunidade local.

As penas somadas resultam em 480 anos de prisão.

Joel Mayer, responsável por mais de 15 disparos de arma de fogo, foi condenado a 240 anos de reclusão em regime fechado.

Seu irmão, Leodir Mayer, que participou do crime dando apoio moral, também recebeu uma pena de 240 anos de reclusão em regime inicial fechado.

Além das penas privativas de liberdade, os irmãos foram condenados a pagar indenizações de R$ 100 mil aos familiares de cada vítima fatal, R$ 50 mil a cada uma das três vítimas feridas e R$ 20 mil às três vítimas que não sofreram ferimentos.

Cabe recurso da sentença, mas a Justiça negou aos réus o direito de recorrerem em liberdade. O Tribunal decidiu com base no entendimento do Supremo Tribunal Federal de que, quando o Tribunal do Júri condena alguém, a pena pode começar a ser cumprida imediatamente, sem depender do tempo de prisão determinado na sentença.

O crime

A chacina foi motivada pelo suicídio do irmão dos réus, ocorrido na tarde de 21 de janeiro de 2023. Segundo as investigações, ele teria tirado a própria vida após sua esposa pedir o divórcio na noite anterior. Em um ato de vingança, Joel e Leodir atacaram familiares e pessoas próximas à mulher.

As vítimas fatais foram:

• Ana Cláudia Schultz, 35 anos

• Marinalva dos Santos, 18 anos

• Emídia dos Santos, 53 anos

• Carlos Delfino dos Santos, 63 anos

Além dos mortos, outras seis pessoas sofreram tentativa de homicídio.

O julgamento

O julgamento ocorreu no Salão do Júri do Fórum da Comarca de Campo Erê e teve início na manhã de segunda-feira, 13, às 8h estendendo-se até a noite de terça-feira, 14. No primeiro dia, foram ouvidas diversas testemunhas, incluindo delegados, médicos, psicólogos, familiares e outras pessoas envolvidas no caso. No segundo dia, houve o debate entre acusação e defesa, seguido da leitura da sentença pela juíza Karolin Guesser, por volta das 22h.

A acusação foi conduzida pelos promotores Susane Ramos e José da Silva Júnior, com o apoio do advogado Odair Tramontin.

Já a defesa ficou a cargo dos advogados Heronflin Dellalibera, representando Leodir Mayer, Marcelo de Mamam Furtado, defendendo Joel Mayer, além de Adilson Raimondi e Guilherme dos Santos.

Durante o julgamento, a defesa de Joel Mayer argumentou que ele sofria de insanidade mental, apresentando um laudo médico elaborado por um profissional nomeado pelo Estado. O documento foi emitido durante a internação do réu, que ficou um ano e dois meses em um hospital de custódia, onde recebeu tratamento psiquiátrico. No entanto, antes do julgamento, Joel foi transferido para o presídio de São José do Cedro.

Medidas de segurança e restrições

Dado o impacto do caso, a juíza Karolin Guesser adotou medidas para garantir a ordem pública e a segurança dos presentes no julgamento. O acesso ao plenário foi restrito apenas às pessoas envolvidas no processo e à imprensa previamente credenciada.

O corpo de jurados foi composto por quatro mulheres e três homens.

Conclusão

O caso, que ficou marcado como uma das maiores tragédias da região, teve seu desfecho judicial com a condenação dos irmãos Mayer.

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