Esporte | Internacional

Segunda-feira, 20 de Novembro de 2023

Como bilionários viraram protagonistas da eleição para a presidência do Inter

Elusmar Maggi e Delcir Sonda surgem como cabos eleitorais de Alessandro Barcellos e Roberto Melo, respectivamente, em busca dos votos dos associados

A eleição para a presidência do Inter ganhou uma disputa inusitada. Com objetivo de conquistar a preferência – e os votos – dos associados, os candidatos Alessandro Barcellos e Roberto Melo têm bilionários como principais cabos eleitorais: Elusmar Maggi e Delcir Sonda.

Torcedores colorados, ambos são empresários bem-sucedidos e já ajudaram o clube financeiramente nos últimos anos. No discurso dos candidatos e no imaginário dos torcedores, surgem como uma espécie de mecenas, com disposição para injetar recursos no clube a fim de enfrentar as dificuldades financeiras e até mesmo contratar reforços.

Maggi foi o último a entrar no pleito ao ser anunciado nesta semana como apoiador da chapa da situação, encabeçada por Barcellos. Junto do irmão Eraí, ele é sócio do Grupo Bom Futuro. A empresa atua no agronegócio há mais de 30 anos no Mato Grosso e tem como principal cultura a soja, com produção de 1,3 milhão de toneladas por safra em média. A fortuna da família é estimada em R$ 32,3 bilhões.

Sonda, que declarou apoio à chapa liderada por Mello, é o dono da rede de supermercado que leva seu sobrenome. A primeira sede aberta foi em Erechim, no norte do Rio Grande do Sul. Em 1980, o negócio se expandiu para São Paulo. O empresário chegou a criar o DIS Esporte, braço esportivo do Grupo Sonda, que teve Paulo Henrique Ganso e Neymar em seu portfólio. A fortuna é estimada em R$ 5 bilhões.

Ambos têm dinheiro de sobra para investir no Inter caso seus candidatos sejam eleitos. O que muda é a forma de atuação. Barcellos propõe a criação de um fundo de investimentos, regulado pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), no qual o torcedor que desejar pode participar com aporte financeiro. Maggi seria protagonista desse projeto, mas sem ocupar uma posição na direção.

Sonda, por sua vez, terá uma função mais ativa caso Melo seja escolhido presidente. Ocupará o cargo de vice de investimentos de futebol, posto que será criado caso a oposição vença o pleito. Com expertise de já atuar no esporte, o empresário espera mobilizar outros colorados abastados para investir recursos no clube.

Elusmar virou conhecido dos colorados ao doar R$ 1 milhão para que o Inter pagasse a multa e pudesse utilizar Rodinei diante do Flamengo no Brasileirão de 2020. Apesar do aporte, a intenção acabou infrutífera. O lateral-direito foi expulso do jogo, o Colorado perdeu por 2 a 1 de virada na penúltima rodada e viu os cariocas conquistarem o título.

Sonda é um histórico parceiro do clube. O empresário ajudou em contratações de nomes como D’Alessandro, Kleber, Aránguiz e Nilmar. Conselheiro do Inter, integra o movimento político que tem Melo como uma das lideranças. Em 2018, doou R$ 25 milhões ao clube em forma de perdão de dívidas.

A eleição do Inter ocorre no dia 9 de dezembro. O associado colorado definirá quem será o presidente no triênio 2024-2026, além da renovar 150 cadeiras do Conselho Deliberativo. No primeiro turno, com votos apenas dos conselheiros, Barcellos recebeu 150 votos e Melo, 130.

G1