Brasil | Empreendimento
Quinta-feira, 07 de Agosto de 2025
Abertura de novos negócios segue em alta no Brasil
O brasileiro parece estar cada vez mais motivado a empreender. Pelo menos é isso que foi revelado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). De acordo com o levantamento, já foram criados mais de 1,4 milhões de novos CNPJs durante o primeiro trimestre do ano.
Também de acordo com o Sebrae, 854.150 fecharam suas portas. Apesar da queda no Índice de Confiança do Empresário (ICE), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), um maior número de brasileiros têm procurado conhecimento sobre montagem de fotos e outras iniciativas para viabilizar suas próprias empresas.
Microempresas puxam crescimento
Um dos dados mais surpreendentes ao longo do último ano foi o crescimento das Microempresas. O segmento que pode faturar até R$ 360 mil ao ano teve um aumento de 16,5% em comparação com o ano anterior.
De acordo com os dados publicados pelo Sebrae, dos 4.158.122 pequenos negócios abertos em 2024, 874.000 foram microempresas. O motivo por trás do sucesso desse segmento têm sido os incentivos governamentais para a atividade.
As microempresas foram o segmento que mais cresceu entre pequenos negócios abertos ao longo dos últimos anos pelo simples fato de serem não tão complexas quanto as Empresas de Pequeno Porte (EPP).
Para Décio Lima, presidente do Sebrae, as políticas públicas têm papel fundamental para o sucesso de pequenos negócios. Promoção de vendas, preparação de documentos e comércio varejista foram alguns dos principais setores em que as microempresas começaram a despontar seus interesses.
Confiança do empresário segue em queda
Na contramão do número de novos pequenos negócios está a confiança do empresário. Índice medido pela FGV, esse indicador tem como objetivo oferecer um panorama de como os empresários vêem a economia como um todo.
Ao longo do ano de 2024, o ICE teve queda de aproximadamente 97,5% para 95%. O valor ficou ainda mais baixo no meio de 2025, quando chegou a alcançar 91,3%. Essa queda vertiginosa pode ser explicada pelo cenário político-econômico brasileiro e global.
Guerras comerciais e instabilidade econômica foram os principais fatores que fizeram com que a confiança do empresário caísse vertiginosamente ao longo dos últimos anos. Um dos maiores impactos é o aumento de alíquotas de importação por parte dos Estados Unidos.
Tudo isso cria um cenário de instabilidade que desmotiva os empresários a continuarem investindo. Além disso, o próprio investidor estrangeiro passa a ver o Brasil como um país instável.
Taxa de sobrevivência das empresas segue em cinco anos
O cenário de instabilidade para o empresário é comprovado pela taxa de sobrevivência das empresas. Segundo a Demografia das Empresas e Estatísticas de Empreendedorismo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 6 em cada 10 empresas não sobrevivem após cinco anos de atuação.
De acordo com as informações publicadas pelo IBGE, das empresas que abriram as portas em 2017, apenas 76,2% delas continuaram operando em 2018. Já em 2022, um total de 37,9% ainda estavam em operação. De resto, todas as outras haviam fechado suas portas.
O Sebrae chegou a realizar um estudo sobre a Causa Mortis das empresas brasileiras. Segundo a publicação, 46% das empresas não faziam ideia do tipo de clientes que encontrariam e nem dos hábitos de consumo do seu cliente em potencial.
Dados como capital de giro, número de concorrentes, investimento necessário e outras informações básicas também foram ignoradas por boa parte dos empreendedores, conforme publicou o Sebrae.
Esses números evidenciam que o Brasil precisa de apoio a pequenos negócios não só na sua estrutura político-econômica, mas também na qualificação dos empreendedores para evitar que erros básicos sejam cometidos durante o processo de abertura de uma empresa.
Acesso à informação melhora ambiente para empreendedorismo no Brasil
Um elemento que tem sido essencial para que o número de empreendedores brasileiros crescesse foi o acesso à informação. Guias sobre negociação de dívidas, obrigações tributárias e acesso ao crédito podem ser facilmente encontrados em uma rápida pesquisa online.
Além disso, diversos eventos e hubs de empreendedorismo foram criados em diferentes partes do Brasil para estimular o empreendedor brasileiro a continuar investindo no seu negócio em busca de mais espaço no mercado.
Tudo isso cria um ambiente fértil para que ainda mais brasileiros tenham o empreendedorismo como sua principal atividade econômica. No entanto, para que a atividade continue crescendo, é importante que o cenário de instabilidade seja superado.
Um cenário de desenvolvimento econômico estável aliado a políticas públicas de fomento ao empreendedorismo é uma combinação que já foi comprovada como eficaz para que o número de empreendedores brasileiros cresça ainda mais ao longo dos próximos anos.








