28.01.2007

SAÚDE MENTAL

A família está mudando, novas configurações estão surgindo e é um desafio para sociedade aceitar e integrar de forma satisfatória essas diferenças.

As leis aos poucos estão mudando para poder acolher as novas configurações familiares, mas muito ainda pode ser feito. Os desafios são tanto sociais como subjetivos, a cultura tem que se adaptar ao novo, ao diferente assim como os sujeitos têm que elaborar essas mudanças de forma significativa, os preconceitos e estereótipos alimentados durante décadas são "osso duro de roer" será preciso muito trabalho a nível educacional e esforços pessoais para que a sociedade como um todo consiga ir descartando o que não tem mais valor atualmente.

Sabemos o quanto os preconceitos são perniciosos e se tratando da família não poderia ser diferente, em diversos âmbitos da sociedade podem ser marginalizados ao invés de serem aceitos como são.

Hoje talvez não possamos pensar na "família", mas sim nas "famílias", pois são diversas temos pais e mães solteiros, avós pais, pais e mães separados, pais e padrastos, pais e avós, entre outras variações.

As variações em relação à família requerem adaptações por parte das pessoas e sociedade obviamente isso nem sempre acontece de forma calma e estável então é um grande desafio tornar esse processo o menos traumático possível

A sociedade com um todo tenta acompanhar este processo de mudança da configuração familiar, muito trabalho pode ser feito o mais importante deles é o resgate da importância da família como base da sociedade, talvez pelas grandes mudanças que vem passando a família vem perdendo seu sentido sua força. Famílias desestruturadas que não conseguem acolher e cuidar dos sujeitos de forma satisfatória contribui com a desestruturação da sociedade.

O trabalho com educação e prevenção pode ser a chave do sucesso dos seres humanos, as múltiplas áreas do saber devem trabalhar nas bases na formação para que com o tempo, a sociedade possa evoluir e ter consciência de que o mundo é um todo e não um aglomerado de partes são núcleos dentro de núcleos que se relacionam incessantemente, a idéia é antiga, mas a aplicação disso é novidade, as famílias são pequenos núcleos pequenos mundos que quando em harmonia ou desequilíbrio afetam toda a sociedade, por isso é tão importante o cuidado com as famílias.

O cuidado com famílias não pode levar em conta um ideal de "família", mas sim trabalhar e acolher da melhor forma todas as "famílias" a exclusão e marginalização só tendem a estancar um processo criativo que pode ser muito benéfico para a evolução do homem.

O tempo talvez diga quais são as configurações familiares com maior sucesso, ou talvez o tempo prove que não importa tanto a forma, mas sim o conteúdo e a qualidade das relações estabelecidas, afinal de contas nós seres humanos somos seres relacionais é na relação que nos construímos e desconstruímos e é através das relações que vamos evoluir.

É preciso ficar claro que o trabalho com família tem que englobar as várias áreas do saber assim como governo e sociedade em geral, são os esforços em conjunto que definirão a qualidade e abrangência do trabalho.

A psicologia pode colaborar muito com o processo estruturação da família em nível de saúde mental, psicólogos podem atuar em programas assistenciais indo ao encontro dessas famílias onde elas estão e ajudar a formular medidas de saúde pública com outros profissionais e órgãos governamentais, atuando principalmente com prevenção.

Psicólogos podem trabalhar com famílias a nível clínico em consultórios com toda a família ou com os indivíduos pertencentes a esta, é um trabalho importante e pode ajudar na busca pelo equilíbrio e saúde da família, mas é um trabalho secundário comumente a origem das psicopatologias se encontra na infância, então o trabalho com os indivíduos desde a infância é muito importante afinal de contas às crianças de hoje serão os pais de amanhã.

Portanto a nível de psicologia não podemos nos ater apenas com o trabalho clínico, mas sim com prevenção, educação, pesquisa, integração multidisciplinar entre outros.

A família está mudando e isso diz respeito a todos os seres humanos podemos escolher bons ou maus caminhos. As conseqüências de nossas escolhas afetarão a todos. Se a sociedade mobilizar-se para que aos poucos acabemos com as gritantes desigualdades sociais é possível criar um ambiente que seja mais propício à educação e ao desenvolvimento de todos. Isso só será possível com a inclusão de todas as classes e o desenvolvimento de um legítimo dever em relação às pessoas a natureza e ao planeta como um todo, onde todos precisam de todos onde os indivíduos afetam a coletividade e a coletividade aos indivíduos.