Religião

07.03.2014

QUARESMA: TEMPO DE CONVERSãO

Com a Quarta-feira de Cinzas começamos o itinerário quaresmal que nos conduzirá até o Tríduo Pascal, a memória da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor.




A quaresma é um “tempo forte” como disse o Papa Francisco na sua última audiência do dia 05 de março. É um ponto de reviravolta, expressou o Papa, que pode favorecer a mudança e a conversão em cada um de nós.

Alguém poderia replicar:

− Que! Conversão, mudança! Mas se eu sou um bom católico. Vou à missa/culto todos os domingos, ajudo aos demais, não faço mal a ninguém. Não preciso me converter!

Pensar de este modo é não haver entendido o que significa ser cristão. Somos seguidores de Cristo, buscamos agradá-lo e imitá-lo. E esse seguir a Cristo não é algo automático. É um caminho, algo progressivo. Somos peregrinos. Somos caminhantes, dado que a nossa pátria definitiva é o céu.

Nesta caminhada nos cansamos, com o tempo vamos adquirindo vícios, vamos perdendo o entusiasmo e a vontade de chegar à meta proposta. Acontece a mesma coisa quando estamos subindo uma montanha, em algum momento específico precisamos parar, descansar, dar uma olhada para ver se estamos no caminho certo, revisar se não sobra algo que incluso me poderia estar atrapalhando enfim, precisamos parar para renovar o entusiasmo.

A imagem da pessoa que sobe a montanha não é a melhor, mas ajuda a entender o que é a quaresma. È um tempo de parada e análise. É um tempo especial de oração e sacrifício. Um tempo que nos permite entrar em nós mesmos e fazer uma boa revisão pessoal, pois ao final de contas todos precisamos de uma conversão que não é outra coisa que um esforço sincero por aproximar-nos novamente de Deus.

Busquemos aceitar nesta quaresma os dois convites que a Igreja nos faz, como nos lembrou o Papa Francisco na audiência da última quarta-feira. Os dois convites são os seguintes: adquirir uma consciência mais profunda de tudo àquilo que Deus fez e faz por cada um de nós, para isso é importante intensificar a nossa vida de oração, participar com atenção dos cultos e missas buscando escutar com atenção o que Deus nos quer falar através das leituras e do sacerdote/ministro da Eucaristia.

O segundo convite é viver o próprio batismo com maior comprometimento, nos pode ajudar muito meditar nas consequências deste sacramento, o fato de que com ele passo a ser filho de Deus, membro da Igreja e tenho oportunidade de ir ao céu.

Dado que todos precisamos melhorar, aproximar-nos mais de Deus, aproveitemos ao máximo esta quaresma que não é outra coisa que uma oportunidade que Deus nos oferece nesta caminhada de peregrinos.



Alguém poderia dizer:

− Tudo isso é muito teórico, eu preciso de algo concreto. Que posso fazer para aproximar-me de Deus nesta quaresma? Na verdade temos muitas maneiras de baixar isto à prática: reconciliando-me com algum vizinho com o qual briguei e nunca mais conversamos, dedicando algo do meu tempo para ajudar alguma pessoa necessitada, buscando agradar o meu marido ou a minha mulher com gestos concretos que tal vez já não dou mais importância, visitando alguma pessoa que está doente... e algo que não pode faltar nesta quaresma é uma boa confissão.

Boa quaresma a todos!

Ricardo Pioner, L.C.