Cotidiano

26.08.2015

O SALÁRIO DOS VEREADORES

Não quero ser hipócrita de defender redução salarial de vereador.

Tem que reduzir a roubalheira que permeia de norte a sul, que é a verdadeira sangria dos recursos públicos.

Fui vereador, presidente da câmara de Santa Helena e dirigi uma das maiores entidades representativas da classe, a Acamop, Associação das Câmaras e Vereadores do Oeste do Paraná.

O vereador é o sustentáculo do restante da classe política, que está pertinho da população e pede voto pro prefeito, pros deputados, senadores, governadores e presidente, que nunca dão a cara pra bater, de verdade, perto do morador do nosso bairro.

Sobre o orçamento dos municípios, posso citar especificamente Santa Helena, há um percentual pequeno para ser destinado à câmara.

Claro que diante dos ótimos números de arrecadação que tem o município, acaba dando um valor razoável para a câmara, mesmo com índice percentual diminuto em relação a quaisquer outros setores abrangidos pela peça orçamentária.

Calculo que seja algo em torno de 2% destinado para a câmara.

Estes 2% são para os subsídios dos vereadores e salário dos servidores da casa, para manutenção, água, café, combustível, viagens, em fim, tudo o que precisa para gerir o Poder Legislativo.

Destes 2%, no máximo 70% podem ser gastos com pessoal.

Querer focar o subsídio de vereadores como um dos vilões da esculhambada economia nacional, como ponto moralizador da defenestrada classe política, é deveras, contumaz desatino.

Agora, o vereador precisa fazer o mínimo para fazer jus a qualquer salário.

E aqui, salvo raras exceções, a câmara, principalmente as sessões, viraram um quadro de avisos de rádio, com vereador usando boa parte do tempo que dispõe para dar a agenda de eventos festivos e esportivos.

Dai, fica caro.


Elder Boff