Cotidiano

25.05.2007

MAIO 2007

SANTA HELENA 40 ANOS

O município de Santa Helena está vivendo neste mês de maio, a comemoração em torno das suas quatro décadas de emancipação político-administrativa. Uma idade ideal para reflexões. O homem, quando chega aos 40, começa a repensar suas atitudes, sua vida. O nosso município enfrenta a sua crise da meia idade. Já não são só flores. O tempo das vacas gordas passou e Santa Helena vive profundas e necessárias reavaliações.

 

É MATEMÁTICA

A situação difícil que o município tem atravessado se deve principalmente à diminuição drástica do orçamento. Algumas pessoas querem fugir desta realidade, escondendo dados e maquiando a situação com alegações puramente de ordem política ou administrativa. Se for para “culpar” política e administrativamente, daí precisaríamos retroceder na história e analisar tudo o que foi feito até agora com o dinheiro dos royalties, principalmente quando o dólar beirava quatro reais.

 

DA CASA DOS 80 PARA A FAIXA DOS 50

Santa Helena chegou a executar orçamentos acima de 80 milhões de reais entre 2003 e 2004. Neste ano, a prefeitura, que esperava contar com uma arrecadação superior a 60 milhões, deverá fechar 2007 com uma execução orçamentária de pouco mais de 50 milhões.

 

30 MILHÕES A MENOS

Administrar um município de pouco mais de 20 mil habitantes, praticamente com a mesma estrutura com mais de 30 milhões de reais a menos do que já existiu, é tarefa muito complicada para o perfeito Giovani Maffini. Essa realidade é que não vem sendo mostrada com eficácia.

 

MELHOR PENSAR ASSIM

É muito mais salutar para quem tem em mente, única e exclusivamente a conquista do poder, defenestrar a atual gestão sem fazer uma analogia mais profunda acerca dos traços orçamentários que têm se mostrado em queda acentuada desde 2005.

 

NÃO HÁ MAL...

que não venha para o bem. Por causa da turbulência orçamentária, Santa Helena precisou parar e pensar onde realmente deve investir seus recursos, principalmente os oriundos dos royalties, até porque, os recursos livres estão todos comprometidos com a folha de pagamento. Uma vez, há alguns anos, fui até a Acisa e comentei que precisaríamos ter um plano, um projeto e dei até o nome: Santa Helena 2023. Por que 2023? Porque esse é o ano limite para o pagamento da dívida de Itaipu e essa data pode ser utilizada para que seja repensado a questão do ressarcimento pelos royalties.

 

ESCALONAR

Paulatinamente, deveríamos diminuir a dependência dos royalties, para chegar daqui alguns anos, com esses recursos exclusivamente para investimentos no setor produtivo, primário, secundário ou terciário. O retrato do que aconteceu até hoje, está ai: comprometimento total dos recursos livres para pagamento de funcionários.

 

 

RESUMINDO

Se hoje, terminassem os royalties, não teria dinheiro para comprar remédio, combustível, cesta básica, recolha de lixo, material de expediente, enfim, nada a não ser pagar pessoas para trabalhar. E acreditem, só a folha dos concursados, praticamente compromete o orçamento livre.

 

ITAIPU

Por falar em royalties, testemunhei in loco, a inauguração das últimas duas turbinas da hidrelétrica. Jorge Samek esbanjava sorrisos de satisfação de ver o presidente Lula prestigiando a binacional com a sua presença. Mais ainda: Lula antecipou sua viagem que seria somente na segunda dia 19, para sábado dia 17. Surpreendentemente, quis, como civil, visitar com mais tempo, o canal da piracema, a própria usina e outros pontos de Foz, sempre cercado por Samek e outra figura que ganha cada vez mais espaço junto ao governo federal.

 

FRIEDRICH

Nelton Miguel Friedrich, um entusiasta da preservação ambiental, mola mestra do “cultivando água boa”, também esteve ao lado do presidente Lula nos momentos oficiosos de sua visita a Foz do Iguaçu. Nelton tem sido convidado para participar de outros projetos energéticos do governo federal, preparando o terreno no campo ambiental, onde se pretende construir novas usinas.

  

ABC

A postura crítica do jornal paraguaio ABC Color, que publicou dois editoriais ofendendo o Brasil, com os títulos “Brasil, um país imperialista y explorador” (20/05/2007) e “Injusta situación em Itaipú que conduce a la violencia” (21/05/2007), mexeu com os brios da direção da binacional, que reagiu a esses ataques com veemência, classificando-os como “tentativa orquestrada de prejudicar as relações respeitosas, harmoniosas e igualitárias construídas entre brasileiros e paraguaios ao longo dos 34 anos da trajetória vitoriosa”. Já ao final, o documento diz que Itaipu “é um excelente projeto de desenvolvimento sustentável” para os dois países e que sua gestão compartilhada e paritária “é modelo de integração e boa vontade entre nações soberanas, que compartilham valores democráticos e um destino comum”.

 

Elder Boff