Cotidiano

10.05.2008

1ª QUINZENA MAIO 2008

Pronto atendimento

Desde que assumi o setor da saúde pública em Santa Helena passei a observar com outros olhos, o que significou o "24 horas" para a população e também para a administração pública, além dos reflexos gerados nas unidades hospitalares instaladas no município. Neste mês de maio, esta nova modalidade de atendimento ao povo, vai completar dois anos de idade. Prefiro dizer dois aninhos. É uma criança que nasceu, está crescendo e precisa ser embalada!

Coragem

Em primeiro lugar, foi uma atitude de coragem do governo municipal. Há muito tempo, esta era uma das reivindicações mais presentes no rol de pedidos que eram formatados por ocasião das reuniões do orçamento participativo. Compromisso de campanha, programa de governo que foi efetivado, gerando benefícios diretos para a comunidade.

Ponto de apoio

Algumas pessoas ainda não conseguem assimilar o que é urgência e emergência e muitas vezes, com situações simples que podem ser atendidas pela unidade durante o dia, tiram a vaga de casos mais agudos. Ninguém fica desassistido ao precisar acorrer ao sistema de saúde fora de hora. De forma inteiramente gratuita, o pronto atendimento localizado no Bairro São Luiz, abriu em maio de 2006 e nunca mais fechou suas portas para quem precisou de atendimento de urgência ou emergência. Isso gerou uma espécie de tranqüilidade, principalmente para os mais necessitados e não só para estes.

Demanda

É certo que a abertura desta nova modalidade de atendimento para a população acabou gerando um acréscimo significativo na demanda representada pela otimização dos recursos destinados pelo orçamento para a saúde pública no município. Decerto foram centralizados alguns serviços que eram prestados durante o dia nas outras unidades, mas o funcionamento do "24 horas", requer mais profissionais médicos, dentista, psicólogo, enfermeiras, auxiliares, zeladoras, atendentes de balcão e motoristas. A exemplo do que acontece nos demais postos de saúde, o pronto atendimento tem uma farmácia básica que supre grande parte demanda gerada pelas receitas oriundas das consultas médicas realizadas ali.

Demanda – II

Mas a demanda gerada pelo principal ponto de atendimento à saúde de Santa Helena, não pára por aí. A Unidade de Saúde Maria Allegretti, que paralelamente abriga os serviços de posto de saúde de bairro e a ESF (Estratégia Saúde da Família) daquela região da cidade, é a principal responsável pela maioria dos encaminhamentos de SUS (Sistema Único de Saúde) para internamentos de urgência ou não. É partir dali que são solicitados a maioria dos encaminhamentos para especialidades via SUS, via CIS (Consórcio Intermunicipal de Saúde) ou, se o paciente preferir, para clínicas particulares.

Demanda – III

Também o pronto atendimento é a porta de entrada para a grande maioria dos exames solicitados pelos médicos, cujos laboratórios do município têm atendido satisfatoriamente pelo SUS, recebendo os minguados recursos que são destinados para cada tipo de análise química. Dali, do "24 horas" também sai os pedidos para exames de RX e as receitas dos remédios, principalmente da lista padrão do município ou da Rename (Relação Nacional de Medicamentos). Mas nem sempre é assim. Muitas vezes, para determinados tipos de doença, o remédio não consta da lista adquirida pelo município, que não pode ter toda a grande gama de medicamentos que são fabricados. Daí, o paciente precisa adquirir o remédio nas farmácias comerciais. Em alguns casos, se o medicamento é muito caro e a pessoa não possui condições, a lei faculta a compra ou o estado fornece.

Sobre os hospitais depois do "24h", escrevo na próxima edição.

Elder Boff